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Policiais militares são acusados de assassinato no interior de SP
MAURÍCIO SIMIONATO
da Folha Campinas
A Promotoria de Justiça de Santa
Bárbara d'Oeste (a 150 km de São
Paulo) denunciou os policiais militares Marco Antônio Dutra Silva e
Sérgio Sanches Franceschine sob
acusação de homicídio. Eles são
acusados de assassinar Glederson
Carlos Cruz, 18, com um tiro na
nuca em 9 de janeiro passado.
Os PMs serão julgados na Justiça
comum.
Eles confessaram ter cometido o
crime à Corregedoria da Polícia
Militar no início de fevereiro,
quando foram ouvidos em depoimento. Outros dois PMs, o cabo
Dimas José Costa e o soldado Edmilson José Bueno, estão sendo
denunciados por serem acusados
de ter contribuído na ocultação do
cadáver do rapaz.
Cruz, que trabalhava em uma
lanchonete, foi assassinado depois
de tentar pular o muro do clube
União Agrícola Barbarense. Segundo testemunhas, ele tentou entrar em um baile noturno sem pagar.
Além dos PMs, os seguranças do
clube Antônio Lima da Silva e Reinaldo Bernardo Ferreira tiveram
participação no crime.
Eles também respondem por homicídio.
Segundo o delegado titular de
Santa Bárbara d"Oeste, João Sérgio
Marques Batista, que presidiu o inquérito policial, os dois PMs "faziam um bico" como seguranças
do clube.
"O inquérito policial está concluído e os seis envolvidos foram
denunciados pela morte de Glederson. Eles confessaram o crime à
Corregedoria da PM", disse o delegado Batista.
Após ser flagrado pulando o muro, Cruz foi levado até a sauna do
clube e, de acordo com o inquérito,
assassinado com um tiro atrás da
orelha direita. A bala atravessou o
crânio de Cruz e saiu pela orelha
esquerda.
Depois do assassinato, Silva e
Sanches chamaram os outros dois
policiais, que estavam trabalhando
no patrulhamento da cidade, para
ajudá-los a esconder o corpo.
Na mesma noite, o corpo foi colocado em um saco plástico e jogado no rio Piracicaba, que passa por
Santa Bárbara.
O corpo de Cruz só foi encontrado três dias depois, em Artemis,
distrito de Piracicaba (180 km de
São Paulo), e levado para o IML
(Instituto Médico Legal) da cidade, onde foi reconhecido por uma
família de Campinas como sendo o
de Cristiano da Silva, que estava
desaparecido.
O corpo foi enterrado no Cemitério Nossa Senhora Conceição,
em Campinas (a 99 km de São Paulo), como sendo o de Silva.
Na semana passada, foi feita a
exumação do cadáver com autorização da Justiça, pois a Polícia Civil
suspeitou de que o corpo poderia
ser o de Cruz.
O perito da Eduardo Daruge
confirmou na terça-feira passada
que o corpo enterrado em Campinas é o de Cruz.
De acordo com o perito, o reconhecimento foi feito com base na
comparação da arcada dentária e
nas informações do dentista que
atendia Cruz.
Uma nova exumação e o traslado
do corpo para Santa Bárbara, onde
mora a família da vítima, devem
ser feitos nos próximo dias.
Os quatro policias envolvidos estão detidos no Presídio Romão
Gomes, em São Paulo.
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