São Paulo, terça-feira, 12 de abril de 2005

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VIOLÊNCIA

Garota teria relatado, entre outras versões, que dividiria a herança com seu pai-de-santo

Jovem confessa que encomendou a morte do pai, diz polícia do DF

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Daniele de Almeida Barcelos Vásquez, 22, foi detida pela Polícia Civil do Distrito Federal sob suspeita de encomendar a morte de seu pai, José Eduardo Barcelos Vásquez, 46, que era funcionário do Banco do Brasil.
Vásquez foi morto a tiros no domingo de manhã e a prisão da moça ocorreu no início da noite. Gaúcho, ele seria sobrinho-neto do presidente do Uruguai, Tabaré Vasquez, segundo a polícia.
A polícia informou que Daniele chegou a dizer que havia pedido a um ex-namorado para "dar um susto" no pai. O serviço custaria R$ 3.000. Mas, até a noite de ontem, a garota teria apresentado outras versões para o caso. Segundo a polícia, a jovem caiu em contradição algumas vezes, mas não negou o crime.
Segundo a polícia, Daniele ainda não tinha advogado.
Pouco antes da conclusão desta edição, ela contou, segundo a polícia, que havia combinado o assassinato com seu pai-de-santo, com quem dividiria a herança.
De acordo com essa história, o pai-de-santo teria feito um "trabalho" na semana passada encomendando a morte de Vásquez. Durante dois dias, Daniele teria mantido duas marcas feitas com "velas do diabo" em seu corpo, uma nas costas e outra no peito. Isso teria o efeito de trazer a morte ao seu pai em até 25 dias.
Essa versão carecia de confirmações pela polícia até a conclusão desta edição. O pai-de-santo, que foi preso no início da noite, ainda não havia prestado depoimento e a história das marcas de vela não foi comprovada por perícia. Ainda não se sabia também o calibre da arma utilizada.
Vásquez foi morto quando chegava à casa de sua ex-mulher, mãe de Daniele. Um homem encapuzado entrou, subjugou a mulher e disparou dois tiros contra Vásquez, um no peito e outro na testa.
O delegado responsável pelo caso, João Carlos Lóssio, da 4ª DP, na cidade-satélite do Guará, disse que não descartava incluir como suspeita a mãe de Daniele. "Até fechar todo o caso, todo mundo é suspeito. A mãe ainda não está descartada", explicou Lóssio.
Apesar das contradições no depoimento, no início da noite de ontem a polícia dava como certa a participação no crime de Daniele e do autor dos disparos, que ainda não foi identificado. "Ela confessou que encomendou a morte do pai. Quando foi presa, disse que estava arrependida e que queria esclarecer o que realmente aconteceu", disse o delegado.


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