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VIOLÊNCIA
Garota teria relatado, entre outras versões, que dividiria a herança com seu pai-de-santo
Jovem confessa que encomendou a morte do pai, diz polícia do DF
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Daniele de Almeida Barcelos
Vásquez, 22, foi detida pela Polícia Civil do Distrito Federal sob
suspeita de encomendar a morte
de seu pai, José Eduardo Barcelos
Vásquez, 46, que era funcionário
do Banco do Brasil.
Vásquez foi morto a tiros no domingo de manhã e a prisão da
moça ocorreu no início da noite.
Gaúcho, ele seria sobrinho-neto
do presidente do Uruguai, Tabaré
Vasquez, segundo a polícia.
A polícia informou que Daniele
chegou a dizer que havia pedido a
um ex-namorado para "dar um
susto" no pai. O serviço custaria
R$ 3.000. Mas, até a noite de ontem, a garota teria apresentado
outras versões para o caso. Segundo a polícia, a jovem caiu em contradição algumas vezes, mas não
negou o crime.
Segundo a polícia, Daniele ainda não tinha advogado.
Pouco antes da conclusão desta
edição, ela contou, segundo a polícia, que havia combinado o assassinato com seu pai-de-santo,
com quem dividiria a herança.
De acordo com essa história, o
pai-de-santo teria feito um "trabalho" na semana passada encomendando a morte de Vásquez.
Durante dois dias, Daniele teria
mantido duas marcas feitas com
"velas do diabo" em seu corpo,
uma nas costas e outra no peito.
Isso teria o efeito de trazer a morte
ao seu pai em até 25 dias.
Essa versão carecia de confirmações pela polícia até a conclusão desta edição. O pai-de-santo,
que foi preso no início da noite,
ainda não havia prestado depoimento e a história das marcas de
vela não foi comprovada por perícia. Ainda não se sabia também o
calibre da arma utilizada.
Vásquez foi morto quando chegava à casa de sua ex-mulher, mãe
de Daniele. Um homem encapuzado entrou, subjugou a mulher e
disparou dois tiros contra Vásquez, um no peito e outro na testa.
O delegado responsável pelo caso, João Carlos Lóssio, da 4ª DP,
na cidade-satélite do Guará, disse
que não descartava incluir como
suspeita a mãe de Daniele. "Até
fechar todo o caso, todo mundo é
suspeito. A mãe ainda não está
descartada", explicou Lóssio.
Apesar das contradições no depoimento, no início da noite de
ontem a polícia dava como certa a
participação no crime de Daniele
e do autor dos disparos, que ainda
não foi identificado. "Ela confessou que encomendou a morte do
pai. Quando foi presa, disse que
estava arrependida e que queria
esclarecer o que realmente aconteceu", disse o delegado.
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