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VIOLÊNCIA SEXUAL
Acusado, que presta depoimento hoje, afirma que estudante fez sexo consciente em república em Campinas
Suspeito de ser cúmplice nega estupro
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
O técnico em eletrônica Carlos
Ricardo Alves Bernardes, 27, diz
que não houve estupro da universitária de 24 anos, ex-aluna de arquitetura da PUC-Campinas
(SP). Suspeito de ser cúmplice do
suposto estupro, Bernardes deve
prestar depoimento hoje.
Três universitários (dois de arquitetura e um de jornalismo) foram presos temporariamente na
semana passada sob acusação de
dopar e estuprar a jovem.
A investigação corre em segredo de Justiça, mas Bernardes decidiu conceder entrevista à Folha.
Ele diz que estava na república
com dois amigos no momento
em que a universitária chegou
com outros cinco estudantes, sendo três deles moradores do local.
"Não me lembro de ouvir nenhum grito dela pedindo ajuda ou
reclamando de alguma coisa. Eu
não a vi gritando nem dopada."
Ele afirmou que a moça fez sexo
com dois moradores da casa em
banheiros diferentes e consciente.
"Estava na sala com outros dois
amigos [moradores] assistindo à
TV quando chegou o pessoal, em
torno das 23h. A menina [universitária] chegou andando e dando
risada. Ela estava embriagada,
descalça, imunda. Parecia que havia rolado na terra. Estava cheia
de marcas pelo corpo e bastante
eufórica", disse Bernardes, que
morou na república por quase um
ano entre 2003 e 2004.
Segundo ele, cinco estudantes
chegaram naquela noite (8 de dezembro) vindos de um churrasco
-os três acusados, a universitária
e um outro estudante. "Estavam
alterados. Ela saiu correndo para
o quarto, que tem uma suíte", disse, confirmando que pelo menos
um dos estudantes portava um
tubo de lança-perfume.
"Eu lembro que ela tinha tentado fazer striptease, mas não conseguiu. Vi pelo corredor porque a
porta estava meio aberta. Nessa
hora, os três se trancaram no banheiro do quarto. Um [outro] rapaz foi tirar a foto pela janela."
Segundo ele, em seguida, dois
jovens deixaram o banheiro e a
estudante ficou com o outro no
local. A porta foi fechada, e eles teriam ficado lá por cerca de 20 minutos. "Depois, eles abriram a
porta do banheiro [da suíte] e ela
entrou no outro." Ele conta que
ouviu outro jovem bater à porta e
a universitária abrir. "Aí, eles fizeram sexo no banheiro. Depois ela
ficou sozinha tomando banho."
Ele conta ter acordado no dia
seguinte por volta das 7h e visto a
jovem dormindo sozinha e vestida num quarto. "Não é querer defender meu amigos, mas acho
uma injustiça muito grande eles,
inocentes, estarem presos. A versão dela não bate com a verdade."
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