São Paulo, terça-feira, 12 de abril de 2005

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SAÚDE

Para líder no Senado, sugestão faz lembrar os campos de concentração

Para tucano, proposta de restringir UTI é "nazismo"

FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), classificou ontem de "nazismo" a intenção do ministério de restringir os leitos de UTI a pacientes com chances reais de recuperação.
"O governo petista "insensibilizou geral", para usar uma expressão que o povo entende. Isso e o apreço de Lula pelos ditadores da moda fazem lembrar os tempos dos campos de concentração do nazismo", disse na tribuna.
Para ele, o governo está colocando uma "porteira" nas UTIs. "Essa atitude é perigosa, porque há um componente direitista, conservador, nazista nessa história de separar as pessoas por critérios injustos. Já que não consigo dar conta da demanda da saúde pública, vou separar as pessoas por critérios, tipo esse aqui não vai viver", disse ele.
Virgílio questionou a competência de Humberto Costa (Saúde), cotado para deixar o cargo na reforma ministerial prevista para março e que não aconteceu. "Que critérios esse ministro, que estava demissionário por insuficiência técnica e por denúncia de corrupção envolvendo assessores, vai utilizar? Será o critério do aparelhamento, da partidarização?"
O senador Tião Viana (PT-AC), que é médico, disse que houve um mal-entendido. Segundo ele, a proposta é encaminhar pacientes com gravidade intermediária para unidades intermediárias, em vez de colocá-los na UTI.
Ele pediu esclarecimentos sobre o caso ao secretário-executivo do ministério, Antônio Alves. Para Viana, se a proposta do ministério fosse restringir os leitos de UTI só para pacientes graves, o governo estaria aplicando a eutanásia.


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