São Paulo, quarta-feira, 12 de abril de 2006

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EPIDEMIA

Exames feitos pela USP confirmaram novos registros da doença, que já chegam a 1.456

Ribeirão Preto tem mais 88 casos de dengue

MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO

O primeiro lote de exames de dengue analisados emergencialmente pela USP (Universidade de São Paulo) mostrou que Ribeirão Preto tem mais 88 pessoas atingidas pela doença.
Com isso, o total de casos de dengue na cidade já chega a 1.456 neste ano, sendo nove da forma hemorrágica, com uma morte. A USP, por meio de seu centro de virologia, passou a analisar os casos porque há falta dos kits em todo o Estado, causada por um atraso do Ministério da Saúde, que não repassou os kits e reagentes necessários no mês passado. A Vigilância Epidemiológica já enviou 250 exames para análise na USP.
O exame na universidade detecta se a pessoa está contaminada com a dengue, qual a variação (clássica ou hemorrágica) e qual o tipo do vírus.
A epidemia de dengue em Ribeirão Preto e também em Barrinha (255 notificações) e os 115 casos nas outras 23 cidades pertencentes à DIR (Direção Regional de Saúde) de Ribeirão Preto fizeram com que o órgão convocasse uma reunião com representantes da saúde anteontem à noite.
De acordo com Paulo Saquy, diretor regional da DIR, na reunião foi discutida a ausência dos kits e uma forma de as cidades melhorarem a situação. Além das cidades que vivem uma epidemia, outros municípios, com surto, como Serrana, preocupam. "Já acendemos a luz amarela em Serrana", disse o diretor.
Em março, a cidade teve 52 casos, o triplo do registrado em fevereiro. De acordo com Saquy, o Estado comprou 52 kits emergencialmente, suficientes para 5.000 exames.
Os casos de dengue na região de Ribeirão Preto crescerem 15,83% somente em uma semana, de acordo com levantamento da Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo. O total de casos confirmados até o dia 31 de março era de 1.737 em 28 municípios, volume que subiu para 2.012 no último dia 7, em 32 cidades.
"A doença está gerando preocupação em toda a região, e é preciso que cada vez mais as pessoas cuidem de suas casas, para que não tenham criadouros do mosquito", afirmou ontem o diretor de Vigilância em Saúde de Ribeirão Preto, Clésio Soares.
Saquy, da DIR, afirmou que, pelo fato de Ribeirão ser um pólo regional, a cidade recebe pessoas de todo o país, que podem estar "transportando" a doença -foram confirmados até agora 14 casos importados.
Após Ribeirão Preto, a cidade que mais apresenta casos da doença neste ano no Estado de São Paulo é São José do Rio Preto, com 799, seguida por Catanduva, com 657. Em todo o Estado, já foram contabilizados 5.767 registros da doença.


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