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No Rio, Lula promete a Cabral "parceria" das Forças Armadas
Governador do Rio oficializou pedido das tropas para "assegurar lei e ordem"
Presidente diz que uma reunião hoje entre os ministros e os comandantes irá definir como e onde
as forças irão atuar
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Após receber ofício do governador Sérgio Cabral Filho
(PMDB) em que pede o uso das
Forças Armadas para "assegurar a lei e a ordem na região metropolitana do Rio", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que vai se reunir hoje com a
cúpula do Ministério da Defesa
para "tomar uma decisão de
forma muito ordenada, muito
cuidadosa" de como as Forças
Armadas podem agir.
Lula afirmou que os governos federal e estadual vão "mapear" onde as Forças Armadas
podem atuar sem "choque"
com as polícias estaduais. Lula
definiu a ação como uma "parceria" entre os dois governos.
No documento em que pede
a atuação das Forças Armadas
na região metropolitana do Rio
por um ano, Cabral Filho diz
que "já há algum tempo", o Estado "vive uma situação de crise na área da segurança pública" e que "tem sido muito difícil, com os recursos disponíveis, fazer face ao avanço da criminalidade, que ameaça a ordem pública e a incolumidade
das pessoas e seu patrimônio".
Já informado da resistência
dos comandos militares à atuação nas ruas e favelas do Rio,
Lula estuda, com o ministro da
Justiça, Tarso Genro, uma forma de ajudar Cabral Filho, um
de seus principais aliados entre
os governadores.
"Amanhã [hoje] vou reunir o
ministro da Defesa [Waldir Pires] e os três comandantes das
Forças para a gente tomar uma
decisão de forma muito ordenada, muito cuidadosa, do que
as Forças Armadas podem fazer para ajudar no combate à
violência no Rio e, sobretudo,
para manter a tranqüilidade",
disse Lula ao chegar no estádio
do Maracanã, para cerimônia
relacionada ao Pan-07
A hipótese mais provável, citada após o evento pelo ministro da Justiça, é a de que as Forças Armadas atuem como "suporte" às polícias estaduais.
Questionado pela Folha sobre
o que significa suporte, respondeu: "Um exemplo apenas: a
ocupação pelas Forças Armadas de uma determinada via de
circulação importante no Rio".
Pelo menos no ofício, o governador não fala em ação meramente auxiliar (leia a íntegra
do pedido na C 3).
O governador invoca no ofício a Constituição e a Lei Complementar 97 (de 1999), que
trata do emprego das Forças
Armadas para "a garantia da lei
e da ordem". Pela lei, quando
um governante se declara incapaz de garantir a segurança da
população, as Forças Armadas
podem assumir o controle das
ações contra o crime.
Não é o que deve ocorrer no
Rio, segundo o ministro Genro.
Cabral Filho não se declarou
incapaz. A saída pode ser a decretação de uma situação de
excepcionalidade, evidenciada
pela proximidade do Pan.
"Repito que as Forças Armadas não são aptas para desenvolver trabalho policial típico,
não é essa sua missão. (...) O
que foi tratado é uma proposta
de suporte das Forças Armadas
e não de policiamento (...)."
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