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SAÚDE
Análise detecta coliformes fecais acima do limite em 9 de 25 amostras de alimentos colhidas em São Paulo e no ABC
Verdura pronta para o consumo é reprovada
DA REPORTAGEM LOCAL
Vale a pena pagar quatro vezes
mais por um pacote de agrião higienizado, levando-se em conta a
praticidade de ter em casa um alimento pronto para o consumo e a
garantia de ele já estar livre de
bactérias e impurezas, certo? Errado, diz o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).
Pesquisa feita pela entidade, em
março, encontrou coliformes fecais acima do padrão fixado pelo
Ministério da Saúde em 9 das 25
amostras de verduras e legumes
higienizados das marcas mais freqüentes em 11 estabelecimentos
de São Paulo e do ABC Paulista,
incluindo o mercado municipal
de São Bernardo e uma feira livre.
Coliforme fecal é a designação
genérica de bactérias que vivem
nos intestinos dos animais e são
expelidas pelas fezes. A mais perigosa delas é a Escherichia colli,
que pode causar infecção intestinal e diarréia graves. A legislação
determina um limite de 100 coliformes por grama do alimento.
Acima disso, não é garantida a segurança à saúde.
Os exames das amostras recolhidas pelo Idec (sete de agrião,
nove de alface e nove de cenoura),
realizados pelo laboratório Adolfo Lutz, constataram concentrações de coliformes que variaram
de 200 a 750 unidades por grama.
O índice de desconformidade
com o padrão, de 36%, foi considerado inaceitável pela entidade.
Segundo seu coordenador-executivo, Sezifredo Paz, geralmente,
nas análises que o Idec costuma
fazer, o índice fica em 20%. Nos
países desenvolvidos, se chega a
10%, já é motivo para alarde.
"Não compensa pagar tão mais
caro por esses produtos [higienizados] porque não há 100% de garantia de que são seguros -o que
é seu principal diferencial", conclui Murilo Diversi, especialista
em alimentos do Idec. A entidade
recomenda a quem, ainda assim,
optar pela compra dos higienizados, fazer uma nova limpeza dos
alimentos antes de consumi-los.
Na avaliação do Idec, a presença
dos coliformes acima do padrão
em alguns alimentos não se deve a
um problema da empresa que os
fabrica (algumas tiveram certos
produtos aprovados e outros
não), nem da linha de produção,
mas de falhas em certos momentos do processo de higienização.
"Os fabricantes carecem de profissionalização e de sistemas de
qualidade. E a fiscalização [que
cabe ao Ministério da Agricultura] é falha", afirma Diversi.
O Idec apontou ainda falhas na
rotulagem de todos os 25 alimentos analisados, entre elas endereço do fabricante incompleto, ausência do número do lote do produto e do registro do fabricante.
Tais informações são importante
para rastrear responsáveis em caso de problemas de saúde provocados pelos alimentos.
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