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URBANISMO
Projeto prevê ainda a construção de um centro de convenções na Cidade Universitária, no valor de R$ 30 milhões
USP construirá hotel com 150 apartamentos
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
A USP vai construir um hotel
com 150 vagas e um centro de
convenções dentro da Cidade
Universitária, seu principal campus, na zona oeste de São Paulo.
A idéia do hotel surgiu para
atender à demanda de professores, visitantes e conferencistas que
passam pela universidade e para
atender as empresas instaladas no
eixo da marginal Pinheiros.
A pesquisa de demanda do hotel foi realizada pela HIA (Hotel
Investment Advisors), uma consultoria especializada, com base
no número de pessoas que participam de eventos na USP (Universidade de São Paulo) e na oferta de vagas na região. A idéia é começar a obra ainda neste ano.
Serão 120 apartamentos de 21
m2 e 30 suítes, com diárias girando em torno de R$ 100, com a possibilidade de uma expansão para
mais 80 a cem vagas, de acordo
com a procura.
Além disso, o projeto prevê restaurantes e um serviço básico de
hotel destinado a executivos em
viagem. ""Foi apresentado um
modelo de hotel de categoria econômica, como de categoria três
estrelas", afirmou o arquiteto da
USP Sérgio Luiz de Assumpção.
Falta ainda, antes da elaboração
dos projetos de arquitetura e engenharia, definir se o prédio será
térreo ou com vários andares, o
que o tornaria mais visível a partir
da marginal Pinheiros -garantindo maior procura.
Orçado em R$ 30 milhões, o
projeto do centro de convenções,
uma concepção contemporânea
com linhas retas e cores claras, é
de Paulo Bruna e Roberto Freitas.
Iniciado há três anos, foi premiado em 2004 pela regional de São
Paulo do IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil).
O projeto prevê grandes espaços internos e uso intensivo de
iluminação e ventilação naturais.
São previstos três auditórios, de
800, 150 e cem lugares, salas divididas em módulos e uma somente para videoconferência, lanchonetes e estacionamentos, com três
pavimentos acima do solo. A obra
do centro de convenções terminaria em até três anos.
Além de receber eventos da própria USP, o centro de convenções
poderá abrigar eventos privados.
O projeto já foi aprovado pelos
órgãos ambientais do município e
do Estado. A exigência de aval
ambiental ocorreu porque o terreno onde ficará o projeto tem
795 árvores e será necessário remover a maior parte deles.
O hotel, ligado por passarelas ao
centro de convenções, ficará em
uma área já edificada. O empreendimento dividirá uma área
de 145 mil m2, ao lado da avenida
Corifeu de Azevedo Marques,
com o projeto de espaço para reunir o parque de museus da USP.
Foi reservada uma área de 8.000
m2 para o estacionamento, com
cerca de 430 vagas.
Segundo o coordenador de espaço físico da USP -indicado pela universidade para falar sobre os
projetos-, o professor João Cyro
André, falta definir como se darão
o financiamento e o gerenciamento do complexo.
Porém os estudos já indicaram
que tanto o centro de convenções
quanto o hotel são viáveis. ""Podemos reduzir os deslocamentos de
professores e conferencistas do
centro da cidade até a USP. Sabemos que essa região é carente de
hotéis", afirmou o coordenador.
Há duas possibilidades: a própria USP conseguir formatar um
modelo de gerenciamento ou, a
mais provável, elaborar um modelo de PPP (parcerias público-privadas), já utilizado pelo governo do Estado.
Através da PPP, a universidade
pode, por exemplo, ofertar o projeto à iniciativa privada, que financiaria e ficaria com uma parte
do lucro, mas com garantias jurídicas para que a USP mantenha
controle sobre o fluxo financeiro
do empreendimento.
Seria como uma empresa construir uma estrada, explorar o pedágio, mantê-la em boas condições e, no futuro, findo o prazo da
concessão, devolver a obra pronta
para o governo. ""Existe mesmo a
possibilidade de o projeto ser
construído e operado por empresas, mas é algo que ainda não está
definido. Estamos estudando",
disse o coordenador.
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