São Paulo, sexta-feira, 12 de maio de 2006

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JUSTIÇA

Escolhida pelo governador Lembo, Cristina Guelfi Gonçalves foi a 3ª da lista tríplice, com 8% dos votos

Nomeada 1ª defensora pública geral

AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), nomeou ontem a primeira defensora pública geral do Estado, Cristina Guelfi Gonçalves. A escolhida, porém, não era a mais votada da lista tríplice feita a partir da indicação dos defensores públicos. Ela era a terceira da lista, com 8% dos votos, atrás de Vitore Maximiano e Pedro Giberti.
A Defensoria Pública foi criada em dezembro com a função de estruturar a assistência judiciária a carentes. Antes, esse trabalho era feito pela Procuradoria Geral do Estado. A lei prevê 400 cargos para a defensoria, dos quais 87 já foram ocupados por procuradores.
Segundo o presidente da Associação Paulista dos Defensores Públicos, Davi Depiné Filho, os integrantes da carreira lamentam que não tenha sido respeitada a vontade da maioria. Porém afirma que a eleita terá apoio.
"Maximiano teve cerca de 80% dos votos. Acredito, entretanto, que a dra. Cristina vá desempenhar bem o cargo. Ela está imbuída do mesmo espírito dele, de fazer uma defensoria forte, para dar aos carentes acesso à Justiça", afirmou Depiné Filho.
A defensora pública geral interina, Mariângela Sarrubbo, disse que os três candidatos são bem preparados e competentes. "O governador viu a ficha dos três e quis conversar com eles. O número de votos de cada um é uma referência, mas não foi um fator determinante para a escolha, que é prerrogativa do governador."
A decisão saiu em menos de dez dias. Cristina disse ter se surpreendido com a decisão. "Tradicionalmente, o escolhido é o mais votado. Sinto-me honrada e farei o máximo possível para conduzir da melhor forma a defensoria", disse ela, que é especialista em direito de família.
De acordo com ela, os primeiros passos agora são estruturar a instituição e definir as regionais -que serão instaladas em locais de maior vulnerabilidade social, na capital e no interior do Estado.
"Temos um projeto de descentralizar a defensoria, de maneira que ela seja levada onde há mais necessidade." A eleita, formada pela USP em 1993, também ressalta a necessidade de criar núcleos temáticos especializados na defensoria. Eles irão tratar de assuntos como direito do consumidor, direitos humanos, direito ambiental, infância e adolescência e direito carcerário.
"Faremos um concurso. Mas existe um período de transição e, enquanto isso, os procuradores do Estado atuarão na defensoria", afirmou Cristina.


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