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JUSTIÇA
Escolhida pelo governador Lembo, Cristina Guelfi Gonçalves foi a 3ª da lista tríplice, com 8% dos votos
Nomeada 1ª defensora pública geral
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo,
Cláudio Lembo (PFL), nomeou
ontem a primeira defensora pública geral do Estado, Cristina
Guelfi Gonçalves. A escolhida, porém, não era a mais votada da lista
tríplice feita a partir da indicação
dos defensores públicos. Ela era a
terceira da lista, com 8% dos votos, atrás de Vitore Maximiano e
Pedro Giberti.
A Defensoria Pública foi criada
em dezembro com a função de estruturar a assistência judiciária a
carentes. Antes, esse trabalho era
feito pela Procuradoria Geral do
Estado. A lei prevê 400 cargos para a defensoria, dos quais 87 já foram ocupados por procuradores.
Segundo o presidente da Associação Paulista dos Defensores
Públicos, Davi Depiné Filho, os
integrantes da carreira lamentam
que não tenha sido respeitada a
vontade da maioria. Porém afirma que a eleita terá apoio.
"Maximiano teve cerca de 80%
dos votos. Acredito, entretanto,
que a dra. Cristina vá desempenhar bem o cargo. Ela está imbuída do mesmo espírito dele, de fazer uma defensoria forte, para dar
aos carentes acesso à Justiça",
afirmou Depiné Filho.
A defensora pública geral interina, Mariângela Sarrubbo, disse
que os três candidatos são bem
preparados e competentes. "O governador viu a ficha dos três e quis
conversar com eles. O número de
votos de cada um é uma referência, mas não foi um fator determinante para a escolha, que é prerrogativa do governador."
A decisão saiu em menos de dez
dias. Cristina disse ter se surpreendido com a decisão. "Tradicionalmente, o escolhido é o mais
votado. Sinto-me honrada e farei
o máximo possível para conduzir
da melhor forma a defensoria",
disse ela, que é especialista em direito de família.
De acordo com ela, os primeiros
passos agora são estruturar a instituição e definir as regionais
-que serão instaladas em locais
de maior vulnerabilidade social,
na capital e no interior do Estado.
"Temos um projeto de descentralizar a defensoria, de maneira
que ela seja levada onde há mais
necessidade." A eleita, formada
pela USP em 1993, também ressalta a necessidade de criar núcleos
temáticos especializados na defensoria. Eles irão tratar de assuntos como direito do consumidor,
direitos humanos, direito ambiental, infância e adolescência e
direito carcerário.
"Faremos um concurso. Mas
existe um período de transição e,
enquanto isso, os procuradores
do Estado atuarão na defensoria",
afirmou Cristina.
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