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Entorno do parque Ibirapuera terá zona azul
Cobrança deve começar em junho e será restrita aos finais de semana; objetivo da prefeitura é reprimir ação de flanelinhas na região
Além da av. República do Líbano e da av. Pedro Álvares Cabral, tarifa também será cobrada no "Autorama", no Ibirapuera
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo
pretende implantar o sistema
de zona azul em pelo menos
duas vias no entorno do parque
Ibirapuera a partir de junho,
durante os finais de semana, assim que a CET (Companhia de
Engenharia de Tráfego) concluir os estudos para delimitar
a área de estacionamento pago
e definir o sistema de cobrança.
Além das avenidas República
do Líbano e Pedro Álvares Cabral, que contornam o parque, a
zona azul também será cobrada
no local conhecido como "Autorama", dentro do Ibirapuera.
Parque de maior público em
São Paulo, o Ibirapuera recebe
cerca de 20 mil pessoas de segunda a sexta-feira e 200 mil
durante os finais de semana.
No final de fevereiro, a prefeitura implantou a zona azul
nas áreas de estacionamento
no interior do Ibirapuera, para
evitar que pessoas que trabalham em ruas próximas usassem o local para deixar os carros o dia todo, prejudicando os
usuários do parque.
Porém, foi adotado em 600
das 1.000 vagas de estacionamento do Ibirapuera um sistema diferenciado em relação ao
que vigora nas ruas da cidade.
No interior do parque, o motorista paga o mesmo valor da
zona azul, R$ 1,80, mas pode
deixar o veículo por duas horas,
o dobro do tempo normal. Durante a semana, a zona azul vale
das 10h às 20h no Ibirapuera.
Aos sábados e domingos, o horário de funcionamento do sistema vai das 8h às 18h.
O tempo máximo de permanência é de quatro horas. Quem
desrespeita o limite fica sujeito
a pagar multa de R$ 53,20.
No primeiro dia de implantação da zona azul, foram vendidos 2.300 bilhetes, com uma
arrecadação de R$ 4.140, segundo balanço da CET.
A Folha procurou a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente para saber se a zona azul
afugentou freqüentadores do
parque, mas, em razão do ponto facultativo de ontem, ninguém foi encontrado para falar.
Pelo menos no Museu Afro
Brasil, que funciona junto à
marquise, isso não ocorreu,
avalia a superintendente administrativa da instituição, Lourdes Esteves. O museu recebe,
em média, de 25 mil a 30 mil visitantes por mês.
Mais rotatividade
O secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, afirmou que a idéia da zona azul é
aumentar a rotatividade dos
carros estacionados nas ruas e,
ao mesmo tempo, trabalhar para tentar eliminar a ação de flanelinhas na região.
Antes de implantar a zona
azul, técnicos da CET farão
uma vistoria nas vias para avaliar os trechos em que o estacionamento pago será criado.
Aos finais de semana, principalmente em dias de grandes
eventos, os flanelinhas, que
agem em grupos, chegam a cobrar R$ 10 por veículo.
Com a presença da fiscalização da CET na zona azul, além
do auxílio da polícia, a prefeitura espera tentar inibir a atuação dos flanelinhas.
Segundo Matarazzo, a zona
azul nas duas vias também terá
um sistema diferenciado, já que
hoje o motorista pode ficar no
máximo duas horas estacionado no mesmo local, enquanto o
freqüentador do parque fica
mais tempo no Ibirapuera.
A idéia de estender a zona
azul na região é apoiada pelo
coordenador-geral da ONG
Ame Jardins, Fábio Saboya. ""É
a democratização e a ordenação do espaço público", diz.
Para Saboya, é preciso avaliar
a implantação da zona azul
também em ruas dos Jardins.
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