São Paulo, sábado, 12 de maio de 2007

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Entorno do parque Ibirapuera terá zona azul

Cobrança deve começar em junho e será restrita aos finais de semana; objetivo da prefeitura é reprimir ação de flanelinhas na região

Além da av. República do Líbano e da av. Pedro Álvares Cabral, tarifa também será cobrada no "Autorama", no Ibirapuera

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo pretende implantar o sistema de zona azul em pelo menos duas vias no entorno do parque Ibirapuera a partir de junho, durante os finais de semana, assim que a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) concluir os estudos para delimitar a área de estacionamento pago e definir o sistema de cobrança.
Além das avenidas República do Líbano e Pedro Álvares Cabral, que contornam o parque, a zona azul também será cobrada no local conhecido como "Autorama", dentro do Ibirapuera.
Parque de maior público em São Paulo, o Ibirapuera recebe cerca de 20 mil pessoas de segunda a sexta-feira e 200 mil durante os finais de semana.
No final de fevereiro, a prefeitura implantou a zona azul nas áreas de estacionamento no interior do Ibirapuera, para evitar que pessoas que trabalham em ruas próximas usassem o local para deixar os carros o dia todo, prejudicando os usuários do parque.
Porém, foi adotado em 600 das 1.000 vagas de estacionamento do Ibirapuera um sistema diferenciado em relação ao que vigora nas ruas da cidade.
No interior do parque, o motorista paga o mesmo valor da zona azul, R$ 1,80, mas pode deixar o veículo por duas horas, o dobro do tempo normal. Durante a semana, a zona azul vale das 10h às 20h no Ibirapuera. Aos sábados e domingos, o horário de funcionamento do sistema vai das 8h às 18h.
O tempo máximo de permanência é de quatro horas. Quem desrespeita o limite fica sujeito a pagar multa de R$ 53,20.
No primeiro dia de implantação da zona azul, foram vendidos 2.300 bilhetes, com uma arrecadação de R$ 4.140, segundo balanço da CET.
A Folha procurou a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente para saber se a zona azul afugentou freqüentadores do parque, mas, em razão do ponto facultativo de ontem, ninguém foi encontrado para falar.
Pelo menos no Museu Afro Brasil, que funciona junto à marquise, isso não ocorreu, avalia a superintendente administrativa da instituição, Lourdes Esteves. O museu recebe, em média, de 25 mil a 30 mil visitantes por mês.

Mais rotatividade
O secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, afirmou que a idéia da zona azul é aumentar a rotatividade dos carros estacionados nas ruas e, ao mesmo tempo, trabalhar para tentar eliminar a ação de flanelinhas na região.
Antes de implantar a zona azul, técnicos da CET farão uma vistoria nas vias para avaliar os trechos em que o estacionamento pago será criado.
Aos finais de semana, principalmente em dias de grandes eventos, os flanelinhas, que agem em grupos, chegam a cobrar R$ 10 por veículo.
Com a presença da fiscalização da CET na zona azul, além do auxílio da polícia, a prefeitura espera tentar inibir a atuação dos flanelinhas.
Segundo Matarazzo, a zona azul nas duas vias também terá um sistema diferenciado, já que hoje o motorista pode ficar no máximo duas horas estacionado no mesmo local, enquanto o freqüentador do parque fica mais tempo no Ibirapuera.
A idéia de estender a zona azul na região é apoiada pelo coordenador-geral da ONG Ame Jardins, Fábio Saboya. ""É a democratização e a ordenação do espaço público", diz.
Para Saboya, é preciso avaliar a implantação da zona azul também em ruas dos Jardins.


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