São Paulo, sábado, 12 de maio de 2007

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Prefeitura de SP aumenta área de restrição a caminhão

A pedido das empresas de transporte de carga, prefeitura elevou tamanho dos caminhões que podem circular em local restrito

Secretário de Transportes diz que as mudanças têm o objetivo de melhorar o trânsito e a fiscalização do sistema de carga na cidade

EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo mais que dobrou a área onde o trânsito de caminhões é restrito. Por outro lado, aumentou o tamanho dos caminhões que poderão transitar livremente pela região, para atender a um lobby das empresas de transporte de carga.
O decreto amplia dos atuais 11,4 km2 para 24,5 km2 a área de restrição (veja quadro nesta página) e padroniza o horário de proibição da circulação -das 10h às 20h nos dias úteis e das 10h às 14h aos sábados.
O horário de restrição atual é das 9h às 19h de segunda a sexta e das 9h às 13h aos sábados no centro e das 10h às 20h em dias úteis e das 10h às 14h aos sábados na região dos Jardins.
O comprimento dos veículos que podem circular livremente na região passa dos atuais 5,5 metros para 6,3 metros.
O aumento do tamanho do veículo era uma pressão antiga das transportadoras e do Setcesp (Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região).
Em 1997, a prefeitura atendeu parcialmente a reivindicação ao permitir a entrada de caminhões com até 5,5 metros de comprimento no centro e na região dos Jardins, o que era proibido desde 1986.
O comprimento foi calculado com base no tamanho das vagas da zona azul. Com 5,5 metros, o caminhão cabe na vaga. Com mais do que isso, ocupa ao menos duas vagas.
O secretário dos Transportes, Frederico Bussinger, disse que local para estacionamento é um problema que terá de ser resolvido pela própria transportadora, mas defendeu a mudança. "O tamanho de 5,5 metros tinha sido definido pelo tamanho da vaga, mas não tem esse tamanho da indústria, tinha de cortar o chassi."
Bussinger disse que as mudanças têm o objetivo de melhorar o trânsito e a fiscalização do sistema de carga.
O decreto prevê que todos os caminhões para entrar na área da restrição, mesmo que se enquadrem em todas as normas, precisarão ter um cadastro, que hoje não é necessário.
De acordo com Bussinger, a fiscalização será feita por 60 equipamentos eletrônicos de leitura automática de placas. "O equipamento vai ler a placa de todo caminhão que entrar na área de restrição. Se a placa estiver no sistema, tudo bem. Se não estiver, ele vai ser multado", disse.
A multa é a mesma do rodízio de veículos: R$ 85,12 e quatro pontos na carteira.
Outra mudança importante é a inclusão de um item que restringe a emissão de poluentes. O município passa a adotar os limites impostos por instruções normativas do Proconve (Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores) do Ibama.
São duas etapas de enquadramento nas regras do Proconve. A primeira em um ano. A segunda, em 2010.
Porém, os caminhões passaram a sair de fábrica já adaptados às normas do Proconve em 2004, e não são todos os modelos que estão adaptados.
A medida obrigará as transportadoras a renovar sua frota para, então, poder trabalhar na região central de São Paulo.
O decreto do prefeito Gilberto Kassab (DEM, ex-PFL) foi publicado ontem no "Diário Oficial" da cidade, mas as regras só entrarão em vigor de fato dentro de seis meses.
Nesse período, a Secretaria de Transportes vai definir os detalhes de cadastramento dos caminhões e as regras para fiscalização. Também nesse intervalo de tempo devem ser instalados os equipamentos de leitura automática de placas.
Procurado pela reportagem ontem à tarde, o sindicato das transportadoras não comentou o decreto de Kassab.


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