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Prefeitura de SP aumenta área de restrição a caminhão
A pedido das empresas de transporte de carga, prefeitura elevou tamanho dos caminhões que podem circular em local restrito
Secretário de Transportes diz que as mudanças têm o objetivo de melhorar o trânsito e a fiscalização do sistema de carga na cidade
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo
mais que dobrou a área onde o
trânsito de caminhões é restrito. Por outro lado, aumentou o
tamanho dos caminhões que
poderão transitar livremente
pela região, para atender a um
lobby das empresas de transporte de carga.
O decreto amplia dos atuais
11,4 km2 para 24,5 km2 a área de
restrição (veja quadro nesta
página) e padroniza o horário
de proibição da circulação
-das 10h às 20h nos dias úteis
e das 10h às 14h aos sábados.
O horário de restrição atual é
das 9h às 19h de segunda a sexta e das 9h às 13h aos sábados
no centro e das 10h às 20h em
dias úteis e das 10h às 14h aos
sábados na região dos Jardins.
O comprimento dos veículos
que podem circular livremente
na região passa dos atuais 5,5
metros para 6,3 metros.
O aumento do tamanho do
veículo era uma pressão antiga
das transportadoras e do Setcesp (Sindicato das Empresas
de Transportes de Carga de São
Paulo e Região).
Em 1997, a prefeitura atendeu parcialmente a reivindicação ao permitir a entrada de caminhões com até 5,5 metros de
comprimento no centro e na
região dos Jardins, o que era
proibido desde 1986.
O comprimento foi calculado
com base no tamanho das vagas da zona azul. Com 5,5 metros, o caminhão cabe na vaga.
Com mais do que isso, ocupa ao
menos duas vagas.
O secretário dos Transportes, Frederico Bussinger, disse
que local para estacionamento
é um problema que terá de ser
resolvido pela própria transportadora, mas defendeu a mudança. "O tamanho de 5,5 metros tinha sido definido pelo tamanho da vaga, mas não tem
esse tamanho da indústria, tinha de cortar o chassi."
Bussinger disse que as mudanças têm o objetivo de melhorar o trânsito e a fiscalização do sistema de carga.
O decreto prevê que todos os
caminhões para entrar na área
da restrição, mesmo que se enquadrem em todas as normas,
precisarão ter um cadastro,
que hoje não é necessário.
De acordo com Bussinger, a
fiscalização será feita por 60
equipamentos eletrônicos de
leitura automática de placas.
"O equipamento vai ler a placa
de todo caminhão que entrar
na área de restrição. Se a placa
estiver no sistema, tudo bem.
Se não estiver, ele vai ser multado", disse.
A multa é a mesma do rodízio de veículos: R$ 85,12 e quatro pontos na carteira.
Outra mudança importante
é a inclusão de um item que
restringe a emissão de poluentes. O município passa a adotar
os limites impostos por instruções normativas do Proconve
(Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores) do Ibama.
São duas etapas de enquadramento nas regras do Proconve. A primeira em um ano.
A segunda, em 2010.
Porém, os caminhões passaram a sair de fábrica já adaptados às normas do Proconve em
2004, e não são todos os modelos que estão adaptados.
A medida obrigará as transportadoras a renovar sua frota
para, então, poder trabalhar na
região central de São Paulo.
O decreto do prefeito Gilberto Kassab (DEM, ex-PFL) foi
publicado ontem no "Diário
Oficial" da cidade, mas as regras só entrarão em vigor de fato dentro de seis meses.
Nesse período, a Secretaria
de Transportes vai definir os
detalhes de cadastramento dos
caminhões e as regras para fiscalização. Também nesse intervalo de tempo devem ser
instalados os equipamentos de
leitura automática de placas.
Procurado pela reportagem
ontem à tarde, o sindicato das
transportadoras não comentou
o decreto de Kassab.
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