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DE PEITO ABERTO
Protesto hoje contra segurança que impediu mãe de amamentar
ganha força após foto de outra mãe ser retirada do Facebook
GIBA BERGAMIM JR.
DE SÃO PAULO
Uma mãe é repreendida
pelo segurança ao dar de mamar ao filho em um local público. Outra teve a foto em
que aparecia amamentando
retirada do Facebook.
O direito de dar de mamar
em público disseminou uma
onda de protestos na internet
e nas ruas.
A campanha ganhou força
depois que a jornalista Kalu
Brum, 31, anunciou num
blog que foi "censurada" na
rede social Facebook após
postar uma foto dela quando
amamentava.
Uma das organizadoras do
"mamaço" previsto para hoje, às 15h, no Itaú Cultural, no
nº 149 na avenida Paulista
(região central), Kalu deu início a uma série de protestos.
O "mamaço" foi idealizado depois que a antropóloga
Marina Barão, 29, foi impedida de amamentar seu bebê
em uma exposição no local,
em março passado.
O episódio foi o estopim de
uma sequência de manifestações na rede social. Kalu deu
força aos protestos, especialmente após a foto postada
por ela ser retirada da rede
social, anteontem. "Minha
vontade foi sair deste espaço,
mas acho que o Facebook é
rico para promovermos discussões", disse Kalu no blog
Mamíferas (www.blogmam
iferas.com.br).
Após o relato, seguidoras
de Kalu passaram a trocar as
fotos dos perfis por novas, a
maioria com o peito à mostra
durante a amamentação.
Moradora de Nova Lima
(MG), Kalu amamentou o filho Miguel, hoje com quatro
anos, até os três. Ela já foi repreendida por dar de mamar
em público. "Estava com o
Miguel no aeroporto de Confins (MG), e as pessoas vieram me questionar por que
eu amamentava um menino
grande", contou à Folha.
Uma mensagem do Facebook recebida por Kalu dizia
que a foto "viola os termos de
uso". Procurada, a empresa
não se pronunciou. Em sua
página, o Facebook diz não
permitir anúncios com "conteúdo adulto", o que inclui
"nudez, imagens de pessoas
em posições ou atividades
excessivamente sugestivas
ou sexuais".
APOIO AO ATO
Eduardo Saron, diretor do
Itaú Cultural, disse que a
proibição da amamentação
foi um erro já corrigido. Segundo ele, há uma regra que
impede as pessoas de se alimentarem no espaço. Quando um dos orientadores viu a
mulher dando de mamar, levou a regra ao pé da letra.
"Esse episódio foi um
aprendizado para nós. Continuamos com a regra, mas
com uma exceção para amamentação", disse Saron, que
receberá as mães hoje.
O Itaú Cultural organizará
uma programação permanente para mães lactantes.
"É até ridículo não aceitar
ver uma mãe amamentando,
algo tão natural, em público", resumiu o pediatra Mauro Toporovski.
O pediatra, porém, pondera que a amamentação após
os dois anos, caso de Kalu, é
desnecessária.
"Não é recomendado, pois
a criança tem condições de
mastigar alimentos ricos."
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