São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 2011

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Foco é "nova cultura" na rua, diz secretário

Segundo titular dos Transportes, multas serão aplicadas quando técnicos avaliarem a "receptividade das ações"

Além da região central de São Paulo, outras sete áreas vão receber as chamadas zonas de proteção ao pedestre


DE SÃO PAULO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


O programa pró-pedestre de São Paulo vai começar a multar motoristas de forma sistemática quando técnicos avaliarem a "receptividade das ações" e a "nova cultura for incorporada", diz o secretário municipal dos Transportes, Marcelo Branco.
Segundo Branco, a primeira zona criada para receber orientações e manutenção das faixas, entre o centro e a avenida Paulista, é estratégica porque recebe, diariamente, pessoas de toda a cidade.
"Esse é o local mais adequado para fazermos a demonstração para a sociedade, porque embora represente 1% do território do município, responde por 11% dos atropelamentos", afirma ele.
A primeira ZMPP (Zonas Máximas de Proteção ao Pedestre) terá 513 faixas repintadas, 43 novas, iluminação em 60 delas e implantação de 470 placas educativas.
Além do centro e da região da Paulista, serão criadas ZMPP em Santana (zona norte), Brás (região central), Penha (zona leste), Lapa (zona oeste), Santo Amaro (zona sul), Pinheiros (zona oeste) e em outra região a ser divulgada. Ainda não há datas.
A CET vai realizar também projetos educacionais em escolas e utilizar artistas para fazer performances em cruzamentos movimentados.
Haverá ainda um ombudsman do programa. A função de ouvidor deverá ser assumida pelo ex-presidente da Dersa Luiz Célio Bottura.
Ele terá a função de criticar o programa, apresentando sugestões para seu aperfeiçoamento, e ouvir reclamações da população nas ruas.

MEDO DE ATRAVESSAR
A campanha foi bem recebida por pedestres ouvidos pela Folha, que disseram ter medo quando um carro para hoje para que atravessem.
A assistente administrativa Samira Calixto, 31, toma cuidado redobrado quando está atravessando a rua com a filha de 4 anos, pois diz que nem assim os motoristas respeitam a faixa de pedestres.
"Tem que estar bem atenta, porque não dá para confiar. Dá medo de atravessar quando param, porque a gente não sabe qual a intenção do motorista", afirma.
O consultor jurídico Augusto Nery, 56, desconfia dos carros que param para ele atravessar desde que foi atropelado há dez anos.
Ontem à tarde, o aposentado Nelson Alves de Godoi, 80, foi socorrido pelo Samu na avenida Paulista após ser atropelado. Ele não andava na faixa de pedestres. Godoi sofreu ferimentos leves.


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