São Paulo, sábado, 12 de junho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SAÚDE

Pesquisadores e mercado começam a dar atenção às necessidades alimentares especiais de pessoas acima de 60 anos

Suplemento alimentar beneficia idosos

DA REPORTAGEM LOCAL

A população mais velha está crescendo mais depressa, e a atenção que pesquisadores e o mercado vêm dando a esse grupo de pessoas não acompanha esse ritmo. Esse cenário, contudo, começa a mudar, especialmente na área de nutrição, um item fundamental para os de mais idade.
Estudos e iniciativas de universidades e de laboratórios de empresas estão resultando em alimentos, complementos ou suplementos que contribuem para a saúde e a qualidade de vida de pessoas acima de 60 anos.
A nutricionista Mariana Klopfer, da Brazil Sports e Nutricius, vale-se de teses de especialistas da USP (Universidade de São Paulo) para dizer que complexos vitamínicos e protéicos -além do zinco, selênio e cálcio- neutralizam os radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento.
A Sanavita, uma empresa que trabalha com alimentos especiais, lançou um suplemento alimentar (Suprinutri Sênior) que é resultado de estudo de especialistas da USP. A Nestlé vem comercializando o Nutren Active que -segundo a empresa- contém 26 vitaminas e minerais, além de ser fonte de proteínas. Nesse mesmo mercado, estão laboratórios multinacionais que, especialmente, nos EUA, têm linhas de suplementos para a terceira idade. No Brasil, entre outros laboratórios, o Abbott tem dois produtos (Jevity e Osmolite) que suplementam com vitaminas, sais minerais e fibras a alimentação de idosos.
Em São Paulo, o 1º Congresso Brasileiro de Nutrição e Câncer, que acontece de 16 a 19 deste mês, reserva vários debates à alimentação dos idosos. A preocupação se justifica. Hoje, há no país cerca de 15 milhões de pessoas acima de 60 anos. Em 2025, o Brasil deverá ser o sexto país com mais idosos.
A boa notícia é que mais pessoas estarão vivendo mais. A notícia preocupante é que elas precisam envelhecer com saúde -do contrário, além de uma velhice triste e sofrida, o sistema de saúde e o orçamento da Previdência não resistirão a tal crescimento.
Nessa equação que combina "mais idade com mais saúde", a alimentação é fundamental, dizem os especialistas. Os idosos costumam se alimentar com o mesmo cardápio dos mais jovens. Entretanto parte deles necessita de alimentos mais macios, já que não conseguem mastigar uma picanha como faziam antes.
O problema maior é outro, e nem sempre perceptível, lembram nutrólogos e nutricionistas: à medida que se envelhece, o organismo tem mais dificuldade para absorver os nutrientes.
"Essa condição especial do idoso ainda não vem sendo tratada com a seriedade necessária", diz a professora Jocelem Mastrodi Salgado, titular de Nutrição da Esalq-USP, a Escola de Agricultura Luiz de Queiroz, de Piracicaba. Sua especialidade é a relação entre alimento e saúde.
Dan Waitzberg, professor da Faculdade de Medicina da USP e presidente do 1º Congresso Brasileiro de Nutrição e Câncer, diz que a alimentação para idosos ocupará lugar de destaque no encontro. Ele lembra que essas pessoas têm dificuldade para mastigar, que precisam de pratos mais coloridos e atraentes, e que, vivendo sozinhas, elas não têm motivação para fazer compras nem preparar suas refeições. "Para um idoso que se alimenta bem, com frutas e verduras, e que faz exercícios regularmente, eu não recomendo suplementos. Para aqueles que estão desnutridos por maus hábitos, por exemplo, a suplementação será benéfica." Em todos os casos, Waitzberg recomenda a consulta a um médico ou um nutricionista.


Sites: www.nutritotal.com.br
www.saudenamaturidade.com.br


Texto Anterior: Panorâmica - Clima: Sul deve ter neve e frio intenso no final de semana
Próximo Texto: Teste em asilo prova eficácia
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.