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Novas desapropriações do Metrô começam em um ano
Obra da linha 6-laranja atingirá bairros nobres, como Perdizes
DE SÃO PAULO
O Metrô paulistano prevê
começar em um ano as desapropriações da linha 6-laranja, entre a Brasilândia (zona
norte) e a estação São Joaquim da linha 1-azul (centro).
A quantidade de imóveis
desapropriados ainda será
definida. Em maio, a companhia abriu licitação para contratar serviços de identificação e avaliação do valor de
mercado das áreas onde haverá as futuras intervenções.
O trabalho deve acontecer
nos próximos dez meses. Em
seguida, começa-se a preparar o decreto de desapropriação, segundo o metrô. A linha terá 15 km e 14 estações.
Na linha 5-lilás, por exemplo, foram desapropriados
cerca de 300 imóveis, fora os
pátios, em terrenos maiores.
SEM ESPAÇO
Um obstáculo está em encontrar áreas em Higienópolis, um dos bairros por onde a
linha passará. "Não tem mais
espaço. Naquela região só
tem prédio", diz Sérgio Côrrea Brasil, diretor de assuntos corporativos do Metrô.
Os terrenos disponíveis
são pequenos, e em sua
maioria inadequados para
construir uma estação, diz.
A linha 6-laranja é chamada de "linha das universidades", por passar ao lado de
instituições desse tipo.
Bairros nobres como Perdizes e Higienópolis não são
os únicos a serem afetados.
Moema, Campo Belo e
Santo Amaro já sofrem com a
expansão da linha 5-Lilás.
JUSTIÇA
A mudança, na maior parte dos casos, deve ser feita em
30 dias. Depois, quem quiser
pode discutir na Justiça os
valores pagos pelo governo.
"Nunca vi um caso em que
o proprietário não ganhasse
[na Justiça] pelo menos 50%
a mais do que o preço ofertado. A diferença é sempre bastante significativa", diz Luiz
Arthur Caselli Guimarães Filho. O advogado cuida de vários casos de desapropriações feitos pelo Metrô.
A discrepância, diz, ocorre
porque os preços ofertados
são baseados no valor venal
do imóvel ou em laudos administrativos. As quantias
praticadas pelo mercado acabam não entrando nas contas iniciais.
O Metrô contesta: afirma
que a diferença não chega a
10% do valor do imóvel -e
não de 50%. Diferenças
maiores, disse a companhia,
são exceção. O laudo judicial, segundo o Metrô, é baseado no ITBI (Imposto Sobre
Transmissão de Bens e Imóveis) -a avaliação não mais
ocorre pelo valor venal.
POUCO TEMPO
Algumas donos de imóveis
nem entram na Justiça. Outros fazem acordos com o Metrô por diferenças menores.
Mesmo quem entra na Justiça, diz o advogado, pode receber pelo valor de mercado
em um tempo relativo curto.
"Alguns casos, por causa
do trâmite atual, são resolvidos em poucos anos."
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