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SEM-TETO
Pessoas estavam em albergues
Prefeitura identifica 30 "exportados" pelo Rio
DA REPORTAGEM LOCAL
A secretária da Assistência Social da cidade de São Paulo, Aldaíza Sposati, disse ontem que 30
pessoas foram localizadas nesta
semana em albergues da cidade e
identificadas como vindas do Rio
de Janeiro.
"Se essas pessoas vieram do Rio
de Janeiro e estão nos albergues
[paulistanos], é porque elas não
são de São Paulo e não têm família
em São Paulo", disse a secretária.
A declaração aumenta a polêmica sobre o programa De Volta
À Terra Natal, da Prefeitura do
Rio, que financia as passagens de
ônibus aos moradores de rua que
quiserem retornar às suas cidades
de origem.
Das 800 pessoas atendidas pelo
programa carioca neste ano, 250
realmente voltaram à cidade natal. Mas cerca de 70% delas foram
encaminhadas a São Paulo, alegando serem paulistanas.
"Isso é "empurroterapia" urbana", afirmou Aldaíza.
O coordenador do programa de
atendimento à população de rua
da cidade do Rio de Janeiro, Carlos Eduardo Luz, considerou desnecessária a crítica que a secretária fez à prática carioca.
"É um trabalho social e não tem
nada a ver com exportação de
moradores de rua. Se não fosse a
notícia nos jornais, ela [Aldaíza"
não teria percebido a chegada
dessas pessoas à cidade", declarou o coordenador.
A secretária disse que levantamento realizado em 2002 pela
Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas (Fipe) apontou que,
dos 8.200 moradores de rua de
São Paulo, 3.968 (48,4%) nasceram no Sudeste. Dessas 3.968 pessoas, apenas 1.385 (34,9%) são
paulistas. "Perversamente, estamos no olho do furacão da crise
econômica e não temos solução
mágica de trabalho", disse.
Aldaíza afirmou que não tomará nenhuma medida jurídica contra a iniciativa do governo do Rio,
mas que irá encaminhar no início
da próxima semana ofício ao
Conselho Nacional de Assistência
Social. "Queremos que o governo
federal se responsabilize por partilhar os custos", disse.
A Prefeitura de São Paulo pagou
neste ano passagens para que 112
pessoas voltassem às suas cidades
de origem. A secretária diz, no entanto, que elas eram pessoas que
vieram à cidade fazer tratamentos
de saúde e não tinham dinheiro
para voltar, ou tiveram de sair da
cidade por questão de segurança.
Colaborou o "AGORA"
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