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SÃO PAULO
Estudo da prefeitura mapeou atividades por região
Pesquisa revela diferenças entre jovens da periferia e de áreas nobres
DO "AGORA"
Apenas 16% dos jovens de 15 a
24 anos moradores dos melhores
bairros da capital paulista não estão estudando. Esse índice cresce
27 pontos percentuais entre os jovens dos bairros mais pobres. A
diferença também é grande quando o assunto é constituir família.
Só 3,8% dos jovens ricos já têm
mulher e filhos, enquanto 14,4%
dos pobres estão nessa situação.
Os índices foram obtidos em
pesquisa da Coordenadoria da Juventude, na qual foram entrevistados cerca de 10 mil jovens de 15
a 24 anos. O órgão da prefeitura
pretende, com a pesquisa -que
será apresentada integralmente
no fim do mês-, orientar investimentos do poder público.
Para o psicólogo Sérgio Donda,
especialista em educação para o
trabalho, as diferenças já eram esperadas. "Na periferia, ou não há
escola, ou o jovem não tem estímulo para frequentá-la ou, o que
é mais comum, ele precisa trabalhar para sustentar a família."
Para ele, o problema se agrava
porque cada vez é exigida melhor
formação de quem ingressa no
mercado de trabalho, excluindo
os jovens mais pobres. Donda
considera normal que os mais pobres constituam família mais cedo. "Eles não têm informação e a
gravidez precoce obriga os casais
a se unirem mais cedo. Já os mais
ricos vão pensar nisso só quando
já têm a vida estruturada."
A doméstica Olga Santos Oliveira, 22, parou de estudar na 8ª série, "obrigada pela vida". Ela tem
o perfil dos jovens da pesquisa: é
paulistana, mora no Parque Continental (zona leste) e é mãe de
Wendel, 3, e Wenderson, 4, que
vão a uma creche. Ela diz que não
vai deixá-los parar de estudar.
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