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São Paulo, sábado, 12 de julho de 2003

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SÃO PAULO

Estudo da prefeitura mapeou atividades por região

Pesquisa revela diferenças entre jovens da periferia e de áreas nobres

DO "AGORA"

Apenas 16% dos jovens de 15 a 24 anos moradores dos melhores bairros da capital paulista não estão estudando. Esse índice cresce 27 pontos percentuais entre os jovens dos bairros mais pobres. A diferença também é grande quando o assunto é constituir família. Só 3,8% dos jovens ricos já têm mulher e filhos, enquanto 14,4% dos pobres estão nessa situação.
Os índices foram obtidos em pesquisa da Coordenadoria da Juventude, na qual foram entrevistados cerca de 10 mil jovens de 15 a 24 anos. O órgão da prefeitura pretende, com a pesquisa -que será apresentada integralmente no fim do mês-, orientar investimentos do poder público.
Para o psicólogo Sérgio Donda, especialista em educação para o trabalho, as diferenças já eram esperadas. "Na periferia, ou não há escola, ou o jovem não tem estímulo para frequentá-la ou, o que é mais comum, ele precisa trabalhar para sustentar a família."
Para ele, o problema se agrava porque cada vez é exigida melhor formação de quem ingressa no mercado de trabalho, excluindo os jovens mais pobres. Donda considera normal que os mais pobres constituam família mais cedo. "Eles não têm informação e a gravidez precoce obriga os casais a se unirem mais cedo. Já os mais ricos vão pensar nisso só quando já têm a vida estruturada."
A doméstica Olga Santos Oliveira, 22, parou de estudar na 8ª série, "obrigada pela vida". Ela tem o perfil dos jovens da pesquisa: é paulistana, mora no Parque Continental (zona leste) e é mãe de Wendel, 3, e Wenderson, 4, que vão a uma creche. Ela diz que não vai deixá-los parar de estudar.


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