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Kassab vai proibir estacionamento no centro
Medida deve começar pelas ruas do entorno da Sé, mas será estendida às vias principais do centro expandido, onde vigora o rodízio
Idéia do prefeito é criar
bolsões de proibição,
para testar impacto, e
viabilizar a construção de
garagens privadas na região
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito Gilberto Kassab
(DEM) vai proibir o estacionamento no centro expandido de
São Paulo. A primeira experiência deve ser feita nas ruas
do entorno da praça da Sé.
Até o início da próxima semana, Kassab vetará um projeto do vereador Ricardo Teixeira
(PSDB), aprovado no fim de junho pela Câmara, que proíbe
estacionar na região do centro
expandido -o mesmo local onde vigora o rodízio de veículos.
Ao mesmo tempo, o prefeito
criará um grupo de trabalho para discutir o assunto. A proibição deve alcançar vias estruturais (como avenidas) e vias coletoras (de ligação entre bairros
e vias estruturais), deixando de
fora só as vias locais.
A idéia de Kassab e do vereador é criar, inicialmente, bolsões de proibição. Eles serviriam para testar o impacto da
medida, que deve ter sua primeira fase implantada até o início de 2008.
O grupo de trabalho deve
montar o cronograma de implantação dos bolsões e acompanhar seus resultados.
O principal problema hoje é a
falta de vagas em estacionamentos particulares. Estudos
da prefeitura apontam que há
cerca de 40 mil vagas em garagens privadas no centro -só
20% regularizadas- e um déficit de pelo menos 10 mil vagas.
A proibição elevaria esse déficit
para até 30 mil vagas.
O prefeito quer, antes de
proibir o estacionamento nas
ruas -que hoje contam com
zona azul-, viabilizar mais garagens no centro. A prefeitura
tem projeto para a construção
de sete garagens subterrâneas
na região central, mas tem dificuldades para encontrar investidores interessados.
O grupo de trabalho deve recomendar ao prefeito que envie
à Câmara uma lei que estabelecerá um prazo para o fim da
permissão de estacionamento
nas ruas do centro. Essa lei, no
entendimento do governo, seria a garantia aos investidores
de que haverá demanda.
Teixeira admite que só a
proibição do estacionamento
no centro não resolverá o problema do trânsito em São Paulo, mas diz que é um passo que
precisa ser dado.
"O trânsito vai inviabilizar a
cidade. Em Paris, Madri, não
existe caminhão circulando no
centro em horário de pico. No
Japão, para comprar um carro
você precisa dizer onde vai estacionar. Precisamos tomar
medidas urgentes", disse.
Horácio Augusto Figueira,
consultor em engenharia de
trânsito, disse que a proibição
de estacionamento nas ruas do
centro é boa, mas que o espaço
liberado tem de ser destinado
exclusivamente aos ônibus.
Adriane Fontana, professora
do Centro Tecnológico da Zona
Leste e engenheira de transportes com doutorado pela
USP, disse que apenas a proibição do trânsito no centro não
resolve o problema.
"Quando você fala do sistema
de trânsito, fala de trânsito, de
transporte coletivo, da estrutura das vias, de várias coisas.
Ações isoladas podem minimizar um problema, mas não resolvem", afirmou.
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