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Esquema só existe porque tem gente grande por trás, diz camelô
DA REPORTAGEM LOCAL
Um grupo de camelôs esteve
ontem em frente ao 91º DP
(Ceasa), para onde os acusados
foram levados, para defender
os ambulantes presos acusados
de integrar o esquema.
"Os camelôs presos não são
bandidos, são pessoas que precisam recolher dinheiro para
todos os outros trabalharem
em paz", disse a ambulante
Noelia, 32, que não quis informar o sobrenome.
Segundo ela e mais quatro
ambulantes, que se identificaram como "companheiros" e
"familiares" dos camelôs presos, os acusados eram obrigados a participar da extorsão.
"Não é porque ele quer. Se ele
não levar o dinheiro, ninguém
trabalha", disse a ambulante.
"Eu preciso vender. Não tenho dinheiro para pagar alvará.
Sou mãe solteira, tenho uma filha pequena para cuidar. Ganho R$ 30 por dia", disse.
"Esse esquema só existe porque tem gente grande, como esses fiscais da subprefeitura que
ameaçam recolher nossa mercadoria", afirmou a mulher.
Questionada se o esquema de
propina iria acabar com a prisão da quadrilha, ela afirmou
que não. "Isso não acaba, não
tem fim. Nós moramos no Brasil, se esqueceu?"
(KT e AC)
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