São Paulo, sábado, 12 de julho de 2008

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Esquema só existe porque tem gente grande por trás, diz camelô

DA REPORTAGEM LOCAL

Um grupo de camelôs esteve ontem em frente ao 91º DP (Ceasa), para onde os acusados foram levados, para defender os ambulantes presos acusados de integrar o esquema.
"Os camelôs presos não são bandidos, são pessoas que precisam recolher dinheiro para todos os outros trabalharem em paz", disse a ambulante Noelia, 32, que não quis informar o sobrenome.
Segundo ela e mais quatro ambulantes, que se identificaram como "companheiros" e "familiares" dos camelôs presos, os acusados eram obrigados a participar da extorsão.
"Não é porque ele quer. Se ele não levar o dinheiro, ninguém trabalha", disse a ambulante.
"Eu preciso vender. Não tenho dinheiro para pagar alvará. Sou mãe solteira, tenho uma filha pequena para cuidar. Ganho R$ 30 por dia", disse.
"Esse esquema só existe porque tem gente grande, como esses fiscais da subprefeitura que ameaçam recolher nossa mercadoria", afirmou a mulher.
Questionada se o esquema de propina iria acabar com a prisão da quadrilha, ela afirmou que não. "Isso não acaba, não tem fim. Nós moramos no Brasil, se esqueceu?"
(KT e AC)



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