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Para sindicato, faltam funcionários
DA SUCURSAL DO RIO
Além das irregularidades apontadas pelo estudo das quatro universidades, o Sindicato dos Petroleiros de Duque de Caxias também aponta a crescente diminuição do número de funcionários e
a terceirização dos serviços na Reduc como causas de grande parte
dos acidentes ambientais ocorridos na refinaria.
O presidente do sindicato, Nilson Viana Cesário, afirma que,
apesar do aumento da mecanização, a refinaria tem um déficit de
1.350 trabalhadores. "São apenas
1.500 contratados contra 2.000
terceirizados. É um absurdo que a
maioria dos empregados seja de
fora. Além disso, deveríamos ter
pelo menos mais 1.350 empregados contratados", disse Cesário.
Ele explicou que nos últimos
cinco anos as demissões voluntárias foram bastante incentivadas
dentro da empresa e a terceirização do serviço aumentou. "Isso é
péssimo. Significa que tem gente
desqualificada fazendo trabalho
de funcionário especializado".
Outra consequência dessa medida é o acúmulo de funções dos
trabalhadores. "No dia do acidente havia apenas uma pessoa vistoriando o duto, quando o certo seriam três", afirmou o presidente
do sindicato.
A falta de segurança também
preocupa os funcionários. De
acordo com Cesário, válvulas estariam funcionando amarradas
por cordas e muitos dutos estariam enferrujados.
Falta de investimento
Essas são as consequências do
pouco investimento nas refinarias da estatal, de acordo com
Adriano Pires Rodrigues, professor de Planejamento Energético
da Coppe (Coordenadoria de
Programas de Pós-Graduação em
Engenharia), da UFRJ.
"Depois da crise do petróleo,
em 1973, a Petrobras passou a investir mais em produção do que
em refino. A relação é de 80% para 20%. Com isso, a tecnologia das
refinarias da estatal está muito
abaixo da encontrada nas companhias estrangeiras", disse.
Para tentar mudar a imagem da
empresa e melhorar as condições
das refinarias, foi estabelecido, logo depois do acidente de janeiro
na baía de Guanabara, o Programa de Excelência em Gestão Ambiental e Segurança Operacional,
que previa o investimento de R$
619 milhões até o final do ano e
US$ 1 bilhão até dezembro de
2003.
A Petrobras, entretanto, admite
ter investido nas refinarias, até
agora, apenas R$ 190 milhões.
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