|
Próximo Texto | Índice
URBANISMO
Planos diretores prevêem obras viárias e quatro operações urbanas para atrair empresas e mudar perfil da região
Prefeitura quer indústrias na zona leste
SIMONE IWASSO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os planos diretores regionais
dos bairros da zona leste de São
Paulo prevêem a criação de mecanismos para atrair indústrias para
a região, que abriga grande parte
da população carente da cidade.
Além disso, de acordo com os
projetos em análise pela Câmara
Municipal, o local deve ser palco
de quatro operações urbanas -
projetos de melhoria de uma determinada região, financiados em
parte pelo setor privado. Na zona
norte, por exemplo, há previsão
de apenas uma operação urbana.
Para incentivar a ocupação de
terrenos vazios no extremo leste e
de galpões abandonados em bairros mais consolidados, como a
Mooca, a prefeitura pretende ampliar e criar avenidas na região.
Com isso, acredita que atrairá indústrias de alta tecnologia, não-poluentes e que convivem com
usos residenciais.
A nova malha viária projetada
para a região prevê a interligação
entre o ABC e Guarulhos pela avenida Jacu-Pêssego, a extensão da
Radial Leste até Guaianases e a
abertura de uma via de apoio sul,
paralela à marginal Tietê, ligando
o Bom Retiro à Penha.
A intenção da prefeitura é mudar o atual perfil das 11 subprefeituras, do total de 31, que formam
a zona leste: de bairros dormitórios, com carência de infra-estrutura e malha viária, para uma região mais desenvolvida, que abrigue atividades industriais, comerciais, de serviços e habitações.
Se colocados em prática, os planos causarão também uma verticalização maior dos bairros, com
a criação de edifícios tanto residenciais quanto comerciais, já
que a zona leste é formada por zonas mistas e industriais, que permitem usos diversos.
"Existe em andamento todo um
projeto de novas atividades na zona leste, que é hoje uma região
muito desestruturada. Com as
operações urbanas e as novas avenidas, esperamos a instalação de
novos empreendimentos, que
criem emprego para os moradores da região e mudem o perfil de
dormitório", afirmou o secretário
de Planejamento, Jorge Wilheim.
Para o secretário, as operações
urbanas -principalmente no
prolongamento da avenida Jacu
Pêssego- ajudarão no desenvolvimento dos bairros mais pobres
da zona leste, como São Miguel,
Itaquera e São Mateus.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Pólis há no entorno da Jacu-Pêssego uma série
de espaços vazios, que nunca chegaram a ser ocupados. Para essas
áreas, a prefeitura espera a instalação de novos empreendimentos, residenciais, industriais leves
e comerciais.
"O mais interessante para esses
terrenos seria uma mistura de
usos, de ações de desenvolvimento. Por exemplo, poderiam ser
ocupado por cooperativas locais",
afirmou o urbanista e arquiteto
Kazuo Nakano, que participou da
pesquisa. "A zona leste hoje é
muito mais complexa do que era
na década de 70 e o uso simplesmente industrial não é o mais recomendado para a região."
As outras operações urbanas se
concentram na região mais consolidada da zona leste, formada
principalmente por Mooca, Tatuapé, Aricanduva e Penha.
Em uma área mais próxima do
centro da cidade, será formada a
Operação Urbana Diagonal Sul,
delimitada pelo entorno da orla
ferroviária, da Mooca até o parque D. Pedro 2º. Serão criadas
também as operações Celso Garcia, em toda a extensão do entorno da avenida, e Amador Bueno,
localizada em uma das regiões
mais desenvolvidas da zona leste.
Próximo Texto: Para urbanista, falta planejamento Índice
|