|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DESARMAMENTO
Frentes dizem faltar verba para campanha
VICTOR RAMOS
DA REPORTAGEM LOCAL
As campanhas das duas frentes
parlamentares para o referendo
sobre a proibição da venda de armas de fogo têm um ponto em comum: a falta de recursos. Para deputados dos dois grupos ouvidos
pela Folha, sem a possibilidade de
conquistar, após a votação de 23
de outubro, licitações, cargos públicos ou compensações econômicas, os grandes financiadores
se afastam da campanha.
Para o deputado federal Luiz
Antonio Fleury Filho (PTB-SP),
da frente Pelo Direito da Legítima
Defesa, contrária à proibição, "vai
ser muito difícil fazer a arrecadação". "Lamentavelmente, hoje o
financiamento é feito de forma
que interesses se sobreponham ao
próprio candidato. Então, apóia-se um candidato para que ele possa depois atender aos interesses
desse ou daquele grupo. Quando
há apenas uma idéia em discussão, ela não vai gerar, evidentemente, vantagens econômicas ou
de poder. Está aí o problema."
É a incerteza em relação ao financiamento que impediu a frente Pelo Direito da Legítima Defesa
de definir seu marqueteiro. O
grupo convidou Chico Santa Rita
-que participou da campanha
de Fernando Collor à Presidência
da República-, mas o acerto depende da arrecadação obtida.
O deputado Raul Jungmann
(PPS-PE), secretário-geral da
frente Brasil sem Armas, afirmou
que a campanha será "infinitamente" mais modesta do que as
para cargos eletivos. "Não temos
benefícios públicos para colocar
no "mercado futuro". Não temos
cargos públicos ou licitações. Isso
quer dizer que imediatamente
nós afastamos um certo tipo de
interesse. O lobby da privatização
do espaço público."
Sorteio do TSE definiu que a
primeira tecla a aparecer na urna
eletrônica no dia da votação corresponderá ao "não", para quem
quiser votar contra à proibição da
venda de armas de fogos.
Liminar
A organização não-governamental Viva Rio recebeu ontem a
informação de que uma liminar
concedida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a impedia de financiar ato de campanha a favor
do sim no referendo. A decisão
era específica sobre ato programado para ontem, mas na prática
impede, por enquanto, o financiamento da frente pelo Viva Rio.
Segundo o coordenador da entidade, o sociólogo Rubem César
Fernandes, o motivo alegado era
que o Viva Rio, assim como várias
outras ONGs, recebe financiamento internacional, o que, em
tese, contrariaria a lei eleitoral do
país. A frente pretende recorrer
por entender que a ONG não está
sujeita às regras eleitorais por não
se tratar de partido.
Quem protocolou a ação no
TSE foi a frente Pelos Direitos da
Legítima Defesa. Por causa da liminar, um evento que marcaria
ontem o lançamento da campanha foi transferido da sede da
ONG, na Glória (zona sul do Rio),
para um bar.
Colaborou a Sucursal do Rio
Texto Anterior: Outro lado: Para Ministério Público, houve isenção no caso Próximo Texto: Estatuto prevê arma a promotor Índice
|