São Paulo, quarta-feira, 12 de setembro de 2001

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AIDS

Uma das estratégias apresentadas em congresso é a compra de grandes volumes de preservativo e oferecê-los ao menor custo

Governo quer dobrar consumo de camisinha

AURELIANO BIANCARELLI
ENVIADO ESPECIAL A CUIABÁ

O governo está lançando a maior cruzada pela camisinha já feita em tempos de Aids. A intenção é dobrar o consumo total, passando dos 600 milhões de unidades neste ano para 1,2 bilhão de unidades nos próximos 12 meses.
Pode parecer uma empreitada gigante. Na prática, porém, significa que cada brasileiro estará consumindo dez camisinhas por ano, considerando apenas a população sexualmente ativa.
O número atual, de cinco camisinhas por ano e que parece pequeno, na realidade deve ser menor ainda. Segundo dados da ACNielsen, que pesquisa a maioria dos pontos-de-venda desse mercado, os brasileiros compraram nos últimos 12 meses apenas 187 milhões de camisinhas. Daria para menos de uma semana, já que a média do brasileiro é de 2,5 relações sexuais por semana.
O propósito de dobrar o consumo de camisinha foi anunciado na abertura do Quarto Congresso Brasileiro de Prevenção em DST e Aids, que acontece em Cuiabá.
Uma mesa foi dedicada ao "marketing social do preservativo", prática que vem sendo adotada por países em desenvolvimento a partir de uma iniciativa da instituição norte-americana DKT Internacional. A estratégia consiste em adquirir volumes gigantescos de preservativos e oferecê-los ao menor custo, no maior número possível de pontos-de-venda.
Do total almejado de 1,2 bilhão de camisinhas, 400 milhões seriam comprados e distribuídos pelo governo para populações com maior risco, como presidiários e prostitutas. Hoje, essa compra está em 200 milhões. Os outros 800 milhões de unidades devem ser comercializados.
"Queremos que o preço médio de R$ 1 por camisinha caia para R$ 0,20", disse Denise Doneda, da Coordenação Nacional de Aids.
Para conseguir isso, Ministério da Saúde, ONGs e instituições pedem a isenção de todos os impostos que incidem sobre o produto. Outro recurso é a venda em unidades, o que consta de portaria em elaboração pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Ao mesmo tempo, uma campanha quer colocar o preservativo à venda em milhares de pontos alternativos, de postos de gasolina a bancas de jornais.


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