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AIDS
Uma das estratégias apresentadas em congresso é a compra de grandes volumes de preservativo e oferecê-los ao menor custo
Governo quer dobrar consumo de camisinha
AURELIANO BIANCARELLI
ENVIADO ESPECIAL A CUIABÁ
O governo está lançando a
maior cruzada pela camisinha já
feita em tempos de Aids. A intenção é dobrar o consumo total,
passando dos 600 milhões de unidades neste ano para 1,2 bilhão de
unidades nos próximos 12 meses.
Pode parecer uma empreitada
gigante. Na prática, porém, significa que cada brasileiro estará
consumindo dez camisinhas por
ano, considerando apenas a população sexualmente ativa.
O número atual, de cinco camisinhas por ano e que parece pequeno, na realidade deve ser menor ainda. Segundo dados da ACNielsen, que pesquisa a maioria
dos pontos-de-venda desse mercado, os brasileiros compraram
nos últimos 12 meses apenas 187
milhões de camisinhas. Daria para menos de uma semana, já que a
média do brasileiro é de 2,5 relações sexuais por semana.
O propósito de dobrar o consumo de camisinha foi anunciado
na abertura do Quarto Congresso
Brasileiro de Prevenção em DST e
Aids, que acontece em Cuiabá.
Uma mesa foi dedicada ao
"marketing social do preservativo", prática que vem sendo adotada por países em desenvolvimento a partir de uma iniciativa da
instituição norte-americana DKT
Internacional. A estratégia consiste em adquirir volumes gigantescos de preservativos e oferecê-los
ao menor custo, no maior número possível de pontos-de-venda.
Do total almejado de 1,2 bilhão
de camisinhas, 400 milhões seriam comprados e distribuídos
pelo governo para populações
com maior risco, como presidiários e prostitutas. Hoje, essa compra está em 200 milhões. Os outros 800 milhões de unidades devem ser comercializados.
"Queremos que o preço médio
de R$ 1 por camisinha caia para
R$ 0,20", disse Denise Doneda, da
Coordenação Nacional de Aids.
Para conseguir isso, Ministério
da Saúde, ONGs e instituições pedem a isenção de todos os impostos que incidem sobre o produto.
Outro recurso é a venda em unidades, o que consta de portaria
em elaboração pela Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância
Sanitária). Ao mesmo tempo,
uma campanha quer colocar o
preservativo à venda em milhares
de pontos alternativos, de postos
de gasolina a bancas de jornais.
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