|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Médicos do RJ pedem saída de diretor
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
Médicos do HGB (Hospital Geral de Bonsucesso), na zona norte
do Rio, entregarão hoje ao ministro da Saúde, Humberto Costa,
um documento contra a manutenção do diretor Victor Grabois.
O diretor, que está à frente do
hospital desde 2000, responde a
sete processos por suposta improbidade administrativa, com duas
condenações em primeira instância. Costa participará à tarde da
inauguração de um centro de
diagnóstico no HGB.
Grabois foi condenado administrativamente pela Controladoria Geral da União, em março de
2002, a devolver R$ 2,3 milhões
aos cofres públicos, segundo relatório obtido pela Folha.
O motivo foi a assinatura de um
contrato, sem licitação, com a
fundação Ensptec, da Escola Nacional de Saúde Pública, ligada à
Fundação Oswaldo Cruz. Grabois
suspendeu o contrato, mas ainda
não devolveu o dinheiro.
Médicos do HGB dizem que o
diretor se manteve no cargo a pedido de integrantes da Executiva
Estadual do PT, entre eles o vereador Édson Santos. Santos nega
que tenha feito o pedido. "Eu o
conheço desde o tempo do movimento estudantil, mas jamais pedi para que ficasse na direção do
hospital", disse Santos. "Não tenho nenhum indicado meu na
área de saúde."
"Estamos protestando contra as
indicações políticas para os hospitais federais do Rio", afirma Júlio Noronha, diretor do Sindicato
dos Médicos do Rio e do Núcleo
Sindical do HGB.
Júlio Noronha diz que o pedido
de vereador para a manutenção
de Grabois teria sido relatado pelo
próprio ministro em reunião na
sindicato, em fevereiro.
Processos
Antes de ser nomeado para o
HGB, Grabois já havia dirigido
hospitais do Rio entre 1995 e 2000.
Em julho de 2002, ele foi condenado a devolver R$ 1,3 milhão referentes a contrato firmado sem
licitação entre o Hospital do Andaraí e a Fundação Pró-UniRio.
No HGB, Grabois voltou a contratar a fundação, que prestou serviço até julho de 2002. Ela foi substituída pela Ensptec, também afastada por determinação da Controladoria Geral da República.
Grabois ainda foi condenado a
devolver R$ 38.553,78 pelo aluguel supostamente superfaturado
de computadores e a contratação,
sem licitação, de mão-de-obra.
Ele recorreu das condenações e
não há decisão judicial definitiva.
"A gestão do senhor Victor Grabois não é a cara do modelo de
gestão ética que o PT defende",
disse o presidente do Sindicato
dos Médicos do Rio, Jorge Darze.
Ele afirmou já ter discutido pessoalmente o caso com o ministro.
Outro lado
Por meio da assessoria de imprensa, o diretor do HGB afirmou
que não fala mais sobre os processos por suposta improbidade administrativa. Grabois também
não quis falar sobre o relatório da
Controladoria Geral da União.
Texto Anterior: Outro lado: Para secretaria, situação melhora no próximo mês Próximo Texto: Primavera distante: SC tem temperatura negativa e geada Índice
|