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São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 2003

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Médicos do RJ pedem saída de diretor

MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO

Médicos do HGB (Hospital Geral de Bonsucesso), na zona norte do Rio, entregarão hoje ao ministro da Saúde, Humberto Costa, um documento contra a manutenção do diretor Victor Grabois.
O diretor, que está à frente do hospital desde 2000, responde a sete processos por suposta improbidade administrativa, com duas condenações em primeira instância. Costa participará à tarde da inauguração de um centro de diagnóstico no HGB.
Grabois foi condenado administrativamente pela Controladoria Geral da União, em março de 2002, a devolver R$ 2,3 milhões aos cofres públicos, segundo relatório obtido pela Folha.
O motivo foi a assinatura de um contrato, sem licitação, com a fundação Ensptec, da Escola Nacional de Saúde Pública, ligada à Fundação Oswaldo Cruz. Grabois suspendeu o contrato, mas ainda não devolveu o dinheiro.
Médicos do HGB dizem que o diretor se manteve no cargo a pedido de integrantes da Executiva Estadual do PT, entre eles o vereador Édson Santos. Santos nega que tenha feito o pedido. "Eu o conheço desde o tempo do movimento estudantil, mas jamais pedi para que ficasse na direção do hospital", disse Santos. "Não tenho nenhum indicado meu na área de saúde."
"Estamos protestando contra as indicações políticas para os hospitais federais do Rio", afirma Júlio Noronha, diretor do Sindicato dos Médicos do Rio e do Núcleo Sindical do HGB.
Júlio Noronha diz que o pedido de vereador para a manutenção de Grabois teria sido relatado pelo próprio ministro em reunião na sindicato, em fevereiro.

Processos
Antes de ser nomeado para o HGB, Grabois já havia dirigido hospitais do Rio entre 1995 e 2000.
Em julho de 2002, ele foi condenado a devolver R$ 1,3 milhão referentes a contrato firmado sem licitação entre o Hospital do Andaraí e a Fundação Pró-UniRio. No HGB, Grabois voltou a contratar a fundação, que prestou serviço até julho de 2002. Ela foi substituída pela Ensptec, também afastada por determinação da Controladoria Geral da República.
Grabois ainda foi condenado a devolver R$ 38.553,78 pelo aluguel supostamente superfaturado de computadores e a contratação, sem licitação, de mão-de-obra. Ele recorreu das condenações e não há decisão judicial definitiva.
"A gestão do senhor Victor Grabois não é a cara do modelo de gestão ética que o PT defende", disse o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio, Jorge Darze. Ele afirmou já ter discutido pessoalmente o caso com o ministro.

Outro lado
Por meio da assessoria de imprensa, o diretor do HGB afirmou que não fala mais sobre os processos por suposta improbidade administrativa. Grabois também não quis falar sobre o relatório da Controladoria Geral da União.


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