São Paulo, segunda-feira, 12 de setembro de 2005

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Vizinho socorre bebê no colo da mãe

DA REPORTAGEM LOCAL

DO "AGORA"

"Eu nem sei dizer como o bebê veio parar na minha mão. De repente ele estava nos meus braços, coberto de sangue. Achei que estava muito machucado, mas quando demos um banho nele, percebemos que estava bem." A frase dita pela dona-de-casa Claudinéia Santos, 38, vizinha das vítimas da chacina, reflete as cenas de horror que ela e seus familiares presenciaram depois que perceberam o incêndio na casa ao lado.
Na verdade, foi seu genro Anderson quem colocou a criança em seu colo. Enquanto assistia ao GP da Bélgica, ele sentiu o cheiro de fumaça e pulou o muro dos vizinhos. "Tinha muito sangue no chão. Dentro de um carro vi um bebê chorando, todo sujo de sangue, no colo da mãe. Dei a volta e consegui retirá-lo", diz. Naquele momento, ele ainda não sabia que a mãe do bebê, Erica Miyamoto, estava morta. Ao lado do carro, viu William ferido e amarrado.
Claudinéia disse que seus vizinhos, o casal Tadashi e Futaba Yonekura, eram pessoas tranqüilas, "de conversa curta". Por isso mesmo, ela não soube dizer qual era a atual ocupação do casal de aposentados. "Mas ainda trabalhavam. Saíam cedo todos os dias, voltavam apenas a noite", disse.
Na noite do crime, a poucas casas do local da chacina, uma pequena festa movimentou a rua Gaturamos. "Voltei para casa por volta das 23h e ainda demorei um pouco para dormir. Mas não ouvi absolutamente nada de anormal. Mas os assaltantes já estavam lá dentro. Só hoje de manhã, com a fumaça, vidros estourando, e até um barulho de tiro, percebemos que havia algo errado."

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