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Vizinho socorre bebê no colo da mãe
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
"Eu nem sei dizer como o bebê
veio parar na minha mão. De repente ele estava nos meus braços,
coberto de sangue. Achei que estava muito machucado, mas
quando demos um banho nele,
percebemos que estava bem." A
frase dita pela dona-de-casa Claudinéia Santos, 38, vizinha das vítimas da chacina, reflete as cenas de
horror que ela e seus familiares
presenciaram depois que perceberam o incêndio na casa ao lado.
Na verdade, foi seu genro Anderson quem colocou a criança
em seu colo. Enquanto assistia ao
GP da Bélgica, ele sentiu o cheiro
de fumaça e pulou o muro dos vizinhos. "Tinha muito sangue no
chão. Dentro de um carro vi um
bebê chorando, todo sujo de sangue, no colo da mãe. Dei a volta e
consegui retirá-lo", diz. Naquele
momento, ele ainda não sabia que
a mãe do bebê, Erica Miyamoto,
estava morta. Ao lado do carro,
viu William ferido e amarrado.
Claudinéia disse que seus vizinhos, o casal Tadashi e Futaba
Yonekura, eram pessoas tranqüilas, "de conversa curta". Por isso
mesmo, ela não soube dizer qual
era a atual ocupação do casal de
aposentados. "Mas ainda trabalhavam. Saíam cedo todos os dias,
voltavam apenas a noite", disse.
Na noite do crime, a poucas casas do local da chacina, uma pequena festa movimentou a rua
Gaturamos. "Voltei para casa por
volta das 23h e ainda demorei um
pouco para dormir. Mas não ouvi
absolutamente nada de anormal.
Mas os assaltantes já estavam lá
dentro. Só hoje de manhã, com a
fumaça, vidros estourando, e até
um barulho de tiro, percebemos
que havia algo errado."
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