São Paulo, segunda-feira, 12 de setembro de 2005

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TRÂNSITO

União corta em 90% o investimento previsto para 2006; Prefeitura de São Paulo exige compensações ambientais

Alckmin cobra de Lula verba para Rodoanel

DA REPORTAGEM LOCAL

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia se comprometido pessoalmente com os investimentos nas obras do Rodoanel.
Alckmin, que é pré-candidato à presidência, criticou o petista em razão de o governo federal ter reduzido em 90% o investimento de R$ 140 milhões que prometia fazer na obra no próximo ano. O Rodoanel é um dos principais projetos do governador.
"No primeiro encontro que tive após a posse do presidente Lula, ele que me falou: "Nossa prioridade é o Rodoanel'", afirmou o governador.
"Agora, prioridade sem recurso, sem dinheiro, é discurso, não é prioridade. Governar é escolher, o dinheiro nunca dá para tudo, então essas obras estruturantes, de logística para o país, precisam ser priorizadas", continuou, após anunciar reformas no hospital infantil Cândido Fontoura, na zona leste da capital.
Até a conclusão desta edição, a reportagem não havia localizado a assessoria de Lula para comentar as críticas.

Atraso
Na semana passada, o governo informou que não houve recursos suficientes para garantir o orçamento da obra.
O corte de recursos deve atrasar o trecho sul da obra, que ligará as rodovias Anchieta e Imigrantes à Régis Bittencourt, permitindo o escoamento de mercadorias até o porto de Santos.
A reta final das obras deveria começar até o fim deste ano. O custo previsto do trecho de 52 quilômetros é de R$ 2,5 bilhões, sendo R$ 1,8 bilhão financiado pelo governo estadual e R$ 700 milhões pelo federal.
O governador disse que, "tendo oportunidade", vai pedir mais verbas ao presidente e que parlamentares ajudarão a pressionar pela recuperação do orçamento do Rodoanel.
"Evidente que é um absurdo verdadeiro. A prioridade do país, uma delas, é a exportação. A renda está baixa aqui dentro, você traz renda lá de fora fazendo exportação, e o Estado de São Paulo exporta manufatura", afirmou Alckmin.

Mais problemas
A primeira etapa do Rodoanel, o trecho oeste, foi inaugurada em 2002 e tem 32 quilômetros.
A obra foi projetada para ter metade dos custos bancados pelo governo do Estado, 25% pela prefeitura e 25% pelo governo federal, destacou ainda o governador.
"A prefeitura assinou o convênio no governo anterior e nunca colocou um centavo, então ficou 2/3 do Estado e 1/3 federal", afirmou Alckmin em referência à administração Marta Suplicy (PT).
A assessoria de Marta informou que estava realizando obras de extensão da avenida Jacu-Pêssego, que poderia servir como alternativa ao ramo leste do Rodoanel.
No entanto, nem só problemas com os petistas podem prejudicar a obra dos tucanos.
Um parecer técnico da gestão José Serra (PSDB) exigiu compensações ambientais para o município de SP.
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) também pediu alterações no projeto.
O governador informou que os problemas ambientais serão resolvidos e, em seguida, será apresentado o edital para a colocação de preços pelos interessados na obra. (FABIANE LEITE)

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