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TRÂNSITO
União corta em 90% o investimento previsto para 2006; Prefeitura de São Paulo exige compensações ambientais
Alckmin cobra de Lula verba para Rodoanel
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador Geraldo Alckmin
(PSDB) afirmou ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
havia se comprometido pessoalmente com os investimentos nas
obras do Rodoanel.
Alckmin, que é pré-candidato à
presidência, criticou o petista em
razão de o governo federal ter reduzido em 90% o investimento de
R$ 140 milhões que prometia fazer na obra no próximo ano. O
Rodoanel é um dos principais
projetos do governador.
"No primeiro encontro que tive
após a posse do presidente Lula,
ele que me falou: "Nossa prioridade é o Rodoanel'", afirmou o
governador.
"Agora, prioridade sem recurso, sem dinheiro, é discurso, não é
prioridade. Governar é escolher, o
dinheiro nunca dá para tudo, então essas obras estruturantes, de
logística para o país, precisam ser
priorizadas", continuou, após
anunciar reformas no hospital infantil Cândido Fontoura, na zona
leste da capital.
Até a conclusão desta edição, a
reportagem não havia localizado
a assessoria de Lula para comentar as críticas.
Atraso
Na semana passada, o governo
informou que não houve recursos
suficientes para garantir o orçamento da obra.
O corte de recursos deve atrasar
o trecho sul da obra, que ligará as
rodovias Anchieta e Imigrantes à
Régis Bittencourt, permitindo o
escoamento de mercadorias até o
porto de Santos.
A reta final das obras deveria
começar até o fim deste ano. O
custo previsto do trecho de 52
quilômetros é de R$ 2,5 bilhões,
sendo R$ 1,8 bilhão financiado
pelo governo estadual e R$ 700
milhões pelo federal.
O governador disse que, "tendo
oportunidade", vai pedir mais
verbas ao presidente e que parlamentares ajudarão a pressionar
pela recuperação do orçamento
do Rodoanel.
"Evidente que é um absurdo
verdadeiro. A prioridade do país,
uma delas, é a exportação. A renda está baixa aqui dentro, você
traz renda lá de fora fazendo exportação, e o Estado de São Paulo
exporta manufatura", afirmou
Alckmin.
Mais problemas
A primeira etapa do Rodoanel,
o trecho oeste, foi inaugurada em
2002 e tem 32 quilômetros.
A obra foi projetada para ter
metade dos custos bancados pelo
governo do Estado, 25% pela prefeitura e 25% pelo governo federal, destacou ainda o governador.
"A prefeitura assinou o convênio no governo anterior e nunca
colocou um centavo, então ficou
2/3 do Estado e 1/3 federal", afirmou Alckmin em referência à administração Marta Suplicy (PT).
A assessoria de Marta informou
que estava realizando obras de extensão da avenida Jacu-Pêssego,
que poderia servir como alternativa ao ramo leste do Rodoanel.
No entanto, nem só problemas
com os petistas podem prejudicar
a obra dos tucanos.
Um parecer técnico da gestão
José Serra (PSDB) exigiu compensações ambientais para o município de SP.
O Ibama (Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis) também
pediu alterações no projeto.
O governador informou que os
problemas ambientais serão resolvidos e, em seguida, será apresentado o edital para a colocação
de preços pelos interessados na
obra. (FABIANE LEITE)
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