São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 2008

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Feridos tiveram até de buscar mais de um hospital

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

A falta de médicos nas grandes emergências públicas de Recife, provocada por impasse salarial com o governo, dificultou o atendimento a vítimas do acidente em Gameleira.
Alguns feridos levados para Recife foram obrigados a procurar mais de um hospital para serem atendidos. No hospital da Restauração, a maior emergência do Estado, só havia um ortopedista e dois neurologistas na madrugada, quando as vítimas começaram a chegar.
Médicos da Polícia Militar foram convocados para reforçar a equipe. Pela manhã, 24 profissionais já trabalhavam na emergência -sete deles da PM.
Abissail Gomes da Silva conta que a sua sobrinha Genifer Baltazar da Silva, 21, chegou ao Restauração às 2h e não conseguiu ser atendida. Foi levada ao hospital Getulio Vargas, onde recebeu soro. Só no início da manhã ela conseguiu ser internada no Restauração, afirmou.
O diretor do hospital, Américo Ernesto Jr., reconheceu limitações no atendimento, mas disse que todas as vítimas encaminhadas foram socorridas "de acordo com a necessidade".
O presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco, Antonio Jordão Neto, disse que a entidade enviou dois médicos demissionários ao Restauração e ao Getulio Vargas para "avaliar a necessidade de enviar reforços". Segundo ele, a categoria "nunca se omitiu em casos de urgência e não será agora que o fará". Disse, porém, que "ninguém abrirá mão do movimento demissionário".
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, descartou ontem intervenção federal para tentar resolver a crise em Pernambuco. Em Fortaleza, disse esperar que os médicos "reflitam e ajudem o governo a sair dessa situação".


Colaborou KAMILA FERNANDES, da Agência Folha, em Fortaleza


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