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Feridos tiveram até de buscar mais de um hospital
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
A falta de médicos nas grandes emergências públicas de
Recife, provocada por impasse
salarial com o governo, dificultou o atendimento a vítimas do
acidente em Gameleira.
Alguns feridos levados para
Recife foram obrigados a procurar mais de um hospital para
serem atendidos. No hospital
da Restauração, a maior emergência do Estado, só havia um
ortopedista e dois neurologistas na madrugada, quando as
vítimas começaram a chegar.
Médicos da Polícia Militar
foram convocados para reforçar a equipe. Pela manhã, 24
profissionais já trabalhavam na
emergência -sete deles da PM.
Abissail Gomes da Silva conta que a sua sobrinha Genifer
Baltazar da Silva, 21, chegou ao
Restauração às 2h e não conseguiu ser atendida. Foi levada ao
hospital Getulio Vargas, onde
recebeu soro. Só no início da
manhã ela conseguiu ser internada no Restauração, afirmou.
O diretor do hospital, Américo Ernesto Jr., reconheceu limitações no atendimento, mas
disse que todas as vítimas encaminhadas foram socorridas "de
acordo com a necessidade".
O presidente do Sindicato
dos Médicos de Pernambuco,
Antonio Jordão Neto, disse que
a entidade enviou dois médicos
demissionários ao Restauração
e ao Getulio Vargas para "avaliar a necessidade de enviar reforços". Segundo ele, a categoria "nunca se omitiu em casos
de urgência e não será agora
que o fará". Disse, porém, que
"ninguém abrirá mão do movimento demissionário".
O ministro da Saúde, José
Gomes Temporão, descartou
ontem intervenção federal para
tentar resolver a crise em Pernambuco. Em Fortaleza, disse
esperar que os médicos "reflitam e ajudem o governo a sair
dessa situação".
Colaborou KAMILA FERNANDES,
da Agência Folha, em Fortaleza
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