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Lula anuncia pacote para a educação
Nove medidas integram as ações, lançadas a 18 dias do segundo turno; três dependem de aprovação pelo Congresso
Lei criou 9.124 cargos de professores e técnicos para as instituições federais de ensino técnico e superior; juros do Fies serão reduzidos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em um evento com cerca de
300 pessoas no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva lançou ontem um
pacote com nove medidas para
a educação -uma de suas principais bandeiras eleitorais-,
das quais três são projetos que
dependerão de votação no Congresso e três tratam de aquisição de materiais e equipamentos para escolas públicas e universidades federais.
O anúncio ocorre a 18 dias do
segundo turno da eleição.
O governo pretende gastar
entre R$ 80 milhões e R$ 100
milhões nessas compras. Além
disso, Lula sancionou uma lei
que cria 9.124 cargos de professores e técnicos para as instituições federais de ensino tecnológico e universidades. A
medida é uma antiga reivindicação de dirigentes e reitores,
que hoje se reúnem com Lula
em evento de campanha em
Brasília.
Uma das poucas medidas
com aplicação imediata é a que
reduz os juros cobrados no Fies
(programa de financiamento
estudantil), beneficiando cerca
de 380 mil alunos que já têm
contratos de financiamento e
outros 100 mil que terão a partir deste semestre (leia texto
nesta página).
Na solenidade, a segunda oficial da qual Lula participa na
semana, o presidente não discursou. Coube ao ministro da
Educação, Fernando Haddad,
lembrar que parte das medidas
anunciadas atende a promessas
feitas nas eleições de 2002.
"O senhor termina seu mandato com todas as escolas públicas de ensino médio com pelo menos um laboratório de informática, conforme a promessa de campanha de 2002", discursou Haddad.
A presidente da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), Juçara
Dutra Vieira, a única convidada
a falar, usou tom semelhante ao
que vem sendo adotado pela
campanha petista neste segundo turno: "O Brasil precisa superar o impacto das políticas
neoliberais na educação. [...]
Queria registrar o papel importante que os ministros Tarso
Genro e Fernando Haddad tiveram na reversão dessa política [neoliberal]".
Antes disso, Juçara lembrou
a importância de programas de
valorização dos professores da
rede pública e fez apelo ao Congresso para que aprove o Fundeb (novo fundo para financiamento da educação básica).
Em entrevista após a solenidade, o ministro Haddad negou
ligação do anúncio com o período eleitoral. "Um mandato de
presidente tem quatro anos.
Até 31 de dezembro de 2006 todas as medidas que puderem
ser tomadas pelo país têm de
ser tomadas. Temos que sair,
sobretudo na educação, dessa
situação que paralisa o país
porque entrou no calendário
eleitoral", afirmou.
(LUCIANA CONSTANTINO, PEDRO DIAS LEITE E EDUARDO SCOLESE)
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