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PM do RJ que ajudava na investigação de chacina é morto
Marco Antonio Cavalcanti/Agência O Globo
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Marcas de tiro em veículo em que estava o cabo da Polícia Militar Gilmar da Silva Simão, assassinado no Rio anteontem à tarde |
Cabo era acusado de ter participado da ação que resultou na morte de 29 pessoas na Baixada Fluminense em 2005
Polícia trabalha com a hipótese de queima de arquivo; morte ocorreu depois de depoimento
sobre caso de extorsão
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
O cabo da PM Gilmar da Silva
Simão, 35, que contribuía com
a investigação da maior chacina
do Estado do Rio de Janeiro,
em que 29 pessoas foram mortas na Baixada Fluminense, foi
assassinado anteontem à tarde.
A principal linha de investigação é a chamada "queima de
arquivo". O policial estava contribuindo com a Justiça, após
ser investigado por supostamente participar da chacina,
que ocorreu em março de 2005.
Simão foi assassinado às 16h
de anteontem na rua Jambeiro,
(zona oeste), a cerca de quatro
quilômetros da 4ª DPJM (Delegacia de Polícia Judiciária
Militar), local onde estivera minutos antes prestando depoimento como réu de um outro
processo criminal.
Dois homens em um veículo
Astra prata emparelharam com
o Gol que Simão dirigia e dispararam pelo menos 20 tiros. O
cabo levou 15 tiros.
O subtenente PM Francisco
Jorge Ferreira Gomes, que o
acompanhava, foi baleado na
perna, mas passa bem.
No crime sobre o qual fora
ouvido, o cabo teria supostamente participado da extorsão
de R$ 80 mil de uma mulher,
para livrar seu marido da prisão
por tráfico de drogas.
No caso da chacina da Baixada, Simão foi absolvido da acusação das mortes, mas ele havia
sido denunciado pela Promotoria por formação de quadrilha,
já que respondia a outros processos criminais com o mesmo
grupo de policiais. Ele levou ao
conhecimento da Justiça, em
troca do benefício da delação
premiada, uma testemunha-chave para o processo: um homem que presenciou uma parte do crime, em Queimados.
Na época da chacina, 11 PMs
foram acusados, mas quatro
acabaram liberados por falta de
provas. Até agora, só o policial
Carlos Jorge Carvalho, o Carlos
Cavalo, foi condenado.
O promotor Marcelo Muniz
lembrou que, em 2005, o cabo
pediu para mudar de carceragem porque "o clima" com os
outros presos não estava bom.
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