São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 2006

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PM do RJ que ajudava na investigação de chacina é morto

Marco Antonio Cavalcanti/Agência O Globo
Marcas de tiro em veículo em que estava o cabo da Polícia Militar Gilmar da Silva Simão, assassinado no Rio anteontem à tarde


Cabo era acusado de ter participado da ação que resultou na morte de 29 pessoas na Baixada Fluminense em 2005

Polícia trabalha com a hipótese de queima de arquivo; morte ocorreu depois de depoimento sobre caso de extorsão

TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO

O cabo da PM Gilmar da Silva Simão, 35, que contribuía com a investigação da maior chacina do Estado do Rio de Janeiro, em que 29 pessoas foram mortas na Baixada Fluminense, foi assassinado anteontem à tarde.
A principal linha de investigação é a chamada "queima de arquivo". O policial estava contribuindo com a Justiça, após ser investigado por supostamente participar da chacina, que ocorreu em março de 2005.
Simão foi assassinado às 16h de anteontem na rua Jambeiro, (zona oeste), a cerca de quatro quilômetros da 4ª DPJM (Delegacia de Polícia Judiciária Militar), local onde estivera minutos antes prestando depoimento como réu de um outro processo criminal.
Dois homens em um veículo Astra prata emparelharam com o Gol que Simão dirigia e dispararam pelo menos 20 tiros. O cabo levou 15 tiros.
O subtenente PM Francisco Jorge Ferreira Gomes, que o acompanhava, foi baleado na perna, mas passa bem.
No crime sobre o qual fora ouvido, o cabo teria supostamente participado da extorsão de R$ 80 mil de uma mulher, para livrar seu marido da prisão por tráfico de drogas.
No caso da chacina da Baixada, Simão foi absolvido da acusação das mortes, mas ele havia sido denunciado pela Promotoria por formação de quadrilha, já que respondia a outros processos criminais com o mesmo grupo de policiais. Ele levou ao conhecimento da Justiça, em troca do benefício da delação premiada, uma testemunha-chave para o processo: um homem que presenciou uma parte do crime, em Queimados.
Na época da chacina, 11 PMs foram acusados, mas quatro acabaram liberados por falta de provas. Até agora, só o policial Carlos Jorge Carvalho, o Carlos Cavalo, foi condenado.
O promotor Marcelo Muniz lembrou que, em 2005, o cabo pediu para mudar de carceragem porque "o clima" com os outros presos não estava bom.


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