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Incêndio destrói favela na zona oeste de SP
Fogo queimou os cerca de 300 barracos do local, mas ninguém morreu; alguns moradores dizem ter perdido tudo
A área onde pegou fogo está em fase de desapropriação pela Prefeitura de São Paulo, que pretende construir conjuntos habitacionais
Rafael Hupsel/Folha Imagem
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Incêndio no núcleo Diogo Pires da favela Jaguaré, na zona oeste de São Paulo; fogo queimou cerca de 300 barracos no final da tarde
DA REPORTAGEM LOCAL
Um incêndio destruiu cerca
de 300 barracos de parte da favela Jaguaré, na zona oeste de
São Paulo, no final da tarde de
ontem. O fogo se alastrou rapidamente e, quase 2h30 depois,
o local ficou completamente
destruído. Segundo os bombeiros, ninguém morreu.
O incêndio aconteceu no núcleo Diogo Pires da favela, localizada entre as avenidas Dracena e Alexandre Mackenzie. Segundo a Subprefeitura da Lapa,
responsável pela área, o núcleo
é composto justamente pelos
300 barracos que queimaram.
Cerca de 1.365 pessoas foram
atingidas. A Secretaria Municipal de Habitação afirma, entretanto, que o número pode ser
maior, já que nem todas as famílias haviam sido cadastradas.
O incêndio começou por volta das 18h, mas as causas ainda
são desconhecidas. Desesperados, os próprios moradores
tentavam conter as chamas, jogando água de cima dos telhados. Quando os bombeiros chegaram, a maior parte dos barracos já havia sido queimada.
Para evitar explosões, moradores tiraram os botijões de gás
de dentro das casas. Alguns
conseguiram salvar parte dos
móveis e dos eletrodomésticos.
Muitos reclamaram da demora dos bombeiros. "Eles
chegaram depois de 40 minutos. Se tivessem vindo na hora
que eu liguei, o fogo não tinha
destruído tudo", afirmou Érica
Pereira do Vaz, 25.
Sentada em uma calçada ao
lado das duas filhas (de seis meses e seis anos), ela afirmou que
não conseguiu salvar nada. O
mesmo aconteceu com Flaviane Lourenço dos Anjos, 22, que
perdeu até o cachorro pincher.
Segundo o capitão Wagner
Donda, supervisor do Corpo de
Bombeiros na operação, não
houve demora para chegar.
O acesso, segundo ele, foi dificultado porque as ruas eram
estreitas. O trabalho também
foi prejudicado pela falta de hidrantes no local. Cerca de 23
carros e 70 bombeiros foram
enviados à favela e o fogo só foi
controlado por volta de 20h30.
A área do incêndio está em
fase de desapropriação pela
prefeitura, que pretende construir conjuntos habitacionais
no local. Por causa disso, dizem
moradores, nos últimos seis
meses novos barracos foram
construídos no lugar, de forma
precária -com "gatos" de luz.
Uma parte da favela já havia
sido desocupada para dar lugar a
295 apartamentos da CDHU entregues em setembro, que também foram ameaçados pelo fogo.
A prefeitura não soube informar
se eles foram danificados.
A subprefeita da Lapa, Soninha Francine, esteve no local e
se reuniu com assistentes sociais. Ela afirmou que a prefeitura ainda não sabia para onde iria
encaminhar as famílias, mas que
tentaria convencê-los a irem para a casa de parentes. A Secretaria da Habitação disse que elas
seriam levadas para abrigos.
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