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TRAJANO CORRÊA DE GODOY JÚNIOR (1943-2009)
Um advogado e sua capacidade de fazer amigos
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Cadê o Trajano? Quando
ele sumia, ninguém da família
tinha dúvidas: ele estava fazendo amigos. Trajano Corrêa de Godoy Jr, advogado,
era do tipo que adorava conversar com qualquer um na
rua, nas festas, onde fosse.
Seu jeitão o tornou uma
pessoa querida, conta o filho
Alexandre, que é engenheiro.
Ele diz ter ficado impressionado ao perceber, recentemente, a enorme quantidade
de amigos deixados pelo pai.
São-paulino, gostava de tirar sarro do vizinho e amigo
corintiano. "Quando o São
Paulo fazia gol, ele punha as
caixas de som viradas para a
casa do vizinho e aumentava
o volume", lembra o filho.
Formado em direito no fim
da década de 60, trabalhou na
estrada de ferro Sorocabana,
passou pelas secretarias estaduais de Transporte e Cultura
de SP e pela Fepasa, onde se
aposentou, nos anos 90.
Era muito preocupado com
o futuro dos filhos, a quem dizia, na década de 80, durante
as crises econômicas que
atingiram o país: "Tenha nem
que seja uma pedra, porque é
sua, você faz o que quiser e
ninguém reclama".
Quatro anos atrás, uma
marquinha no peito o preocupou -era um melanoma, que
foi se espalhando. Nos últimos dias, no hospital, ao ser
questionado onde gostaria de
estar, lembrou de um local
que visitara e gostara. "Numa
praia do Caribe", respondeu.
Morreu terça, aos 66, de
câncer. A missa de sétimo dia
será hoje, às 18h, na capela de
Santa Cruz, no colégio Santana, onde ele e seus dois filhos
estudaram. Teve três netas.
coluna.obituario@uol.com.br
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