São Paulo, domingo, 12 de novembro de 2006

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Ex-mulher de camelô fala sobre seqüestro em ônibus

Em entrevista a TV, técnica em radiologia diz que foi agredida e que "isso não é amor"; família de André afirma que ele está arrependido e crê em reconciliação

Segundo parentes, após ser preso, homem que manteve reféns em ônibus da linha 499 chorou muito e disse que "estragou sua vida"

DA SUCURSAL DO RIO

""Acho que isto não é amor." A declaração foi dada ontem pela técnica em radiologia Cristina Ribeiro, 36, pivô do seqüestro do ônibus da linha 499 (Cabuçu-Central) anteontem, na rodovia Presidente Dutra, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ela foi mantida refém pelo camelô André Luís Ribeiro da Silva, 35, seu ex-marido, por dez horas junto com passageiros que lotavam o ônibus. Inconformado pelo que chamou de traição, ele invadiu o ônibus na manhã de ontem.
Com duas fraturas no rosto, o pescoço imobilizado e escoriações no corpo, Cristina contou ontem, ao Jornal da Record, os momentos de ""pânico" dentro do ônibus.
""Ele puxava bastante o meu cabelo, me enforcava, botava a arma na minha cabeça. Dizia para os passageiros que não faria nada com eles apenas comigo. Ele dizia que iria me matar e depois se mataria", disse Cristina, que passou o sábado na casa de amigos.
Sua irmã, Regina, disse que Cristina havia sido mantida em cativeiro duas vezes por André (uma semana, em Santos; e quatro dias, no Rio).
Pouco depois de ser preso, o camelô disse que estava ""arrependido".
Ontem, ele não recebeu visitas. Rosemary contou que o motivo que levou Silva a atacar a ex-mulher foi que o filho mais velho do casal, de nove anos, teria dito que viu Cristina com outro homem dentro de um carro vermelho. Ela não foi encontrada ontem.Silva deverá responder por porte ilegal de armas, ameaça e constrangimento ilegal. O promotor Carlos Guilherme Machado aponta que não houve crime de seqüestro porque as pessoas não saíram do ônibus porque não quiseram.
Para o delegado Paulo Roberto da Silva, da 52ª DP, o crime foi de seqüestro, pois o camelô manteve por mais de dez horas sua ex-mulher aprisionada.


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