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Abstenção no Enade é menor que em 2006
15,5% dos alunos convocados para o exame faltaram ontem; no ano passado, foram 17%
Quem foi convocado e não fez a prova não pode colar grau e retirar o diploma; membros da UNE fizeram panfletagem contra exame
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
O índice de abstenção nesta
edição do Enade (antigo provão) foi menor do que na do ano
passado, segundo balanço divulgado ontem pelo Inep (instituto de pesquisa ligado ao Ministério da Educação).
Neste ano, 15,5% dos alunos
convocados para o exame faltaram, contra 17% no ano passado. Um total de 202.726 pessoas fez a prova, e 37.316 pessoas se ausentaram.
Há ainda os 18.300 convocados que haviam faltado em edições anteriores e que não entraram no cálculo de abstenção
desta edição. O Inep não tem
estimativa de quantos estudantes foram ao local de prova e
boicotaram o exame.
O instituto afirmou ontem,
por meio de nota, que "não registrou nenhum problema que
comprometesse a aplicação do
Enade 2007", mas que houve
um incidente em Belém, onde
estudantes invadiram a escola
onde a prova era aplicada. O
Inep disse apenas que se tratava de um grupo "interessado
em participar do exame".
Foram sorteados para fazer o
Enade ingressantes e concluintes dos cursos de agronomia,
educação física, enfermagem,
farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina, medicina
veterinária, nutrição, odontologia, serviço social, tecnologia
em radiologia, tecnologia em
agroindústria, terapia ocupacional e zootecnia.
O maior índice de faltosos
(27,1%) foi registrado nos 21
cursos superiores da área de
tecnologia em agroindústria.
Os cursos com menor índice de
abstenção foram medicina
(5,7%) e odontologia (9,9%).
Quem foi convocado e não
fez a prova não pode colar grau
e retirar o diploma. A nota obtida pelo estudante não aparecerá no seu histórico escolar, que
só informará se o aluno prestou
ou não o exame.
Boicote
A UNE (União Nacional dos
Estudantes) fez panfletagem e
entregou adesivos pró-boicote
em alguns locais de prova. Segundo a presidente da entidade, Lúcia Stumpf, a orientação
era a de que o aluno assinasse a
prova e a entregasse em branco,
com o adesivo colado.
Stumpf censura a obrigatoriedade do exame, que considera uma "avaliação pela metade", e o vínculo da sua realização com a emissão do diploma.
Angélica Tavares, 28, e Fabiane Yonohi, 22, estudantes
do 1º ano de nutrição da Universidade São Judas Tadeu, decidiram não boicotar a prova.
Elas dizem ter tomado conhecimento dos argumentos pró-boicote apenas minutos antes
de o exame começar, no prédio
das Faculdades Campos, na Lapa, zona oeste de São Paulo.
"É chato fazer prova no domingo, mas acho que é importante", disse Isabella Bonzi, 18,
aluna do 1º ano de fonoaudiologia da Unifesp (Universidade
Federal de São Paulo), que assistiu a uma palestra sobre o
Enade na quarta passada.
NA INTERNET - Veja o gabarito das provas em
www.folha.com.br/073151
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