São Paulo, segunda-feira, 12 de novembro de 2007

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Abstenção no Enade é menor que em 2006

15,5% dos alunos convocados para o exame faltaram ontem; no ano passado, foram 17%

Quem foi convocado e não fez a prova não pode colar grau e retirar o diploma; membros da UNE fizeram panfletagem contra exame

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

O índice de abstenção nesta edição do Enade (antigo provão) foi menor do que na do ano passado, segundo balanço divulgado ontem pelo Inep (instituto de pesquisa ligado ao Ministério da Educação).
Neste ano, 15,5% dos alunos convocados para o exame faltaram, contra 17% no ano passado. Um total de 202.726 pessoas fez a prova, e 37.316 pessoas se ausentaram.
Há ainda os 18.300 convocados que haviam faltado em edições anteriores e que não entraram no cálculo de abstenção desta edição. O Inep não tem estimativa de quantos estudantes foram ao local de prova e boicotaram o exame.
O instituto afirmou ontem, por meio de nota, que "não registrou nenhum problema que comprometesse a aplicação do Enade 2007", mas que houve um incidente em Belém, onde estudantes invadiram a escola onde a prova era aplicada. O Inep disse apenas que se tratava de um grupo "interessado em participar do exame".
Foram sorteados para fazer o Enade ingressantes e concluintes dos cursos de agronomia, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina, medicina veterinária, nutrição, odontologia, serviço social, tecnologia em radiologia, tecnologia em agroindústria, terapia ocupacional e zootecnia.
O maior índice de faltosos (27,1%) foi registrado nos 21 cursos superiores da área de tecnologia em agroindústria. Os cursos com menor índice de abstenção foram medicina (5,7%) e odontologia (9,9%).
Quem foi convocado e não fez a prova não pode colar grau e retirar o diploma. A nota obtida pelo estudante não aparecerá no seu histórico escolar, que só informará se o aluno prestou ou não o exame.

Boicote
A UNE (União Nacional dos Estudantes) fez panfletagem e entregou adesivos pró-boicote em alguns locais de prova. Segundo a presidente da entidade, Lúcia Stumpf, a orientação era a de que o aluno assinasse a prova e a entregasse em branco, com o adesivo colado.
Stumpf censura a obrigatoriedade do exame, que considera uma "avaliação pela metade", e o vínculo da sua realização com a emissão do diploma.
Angélica Tavares, 28, e Fabiane Yonohi, 22, estudantes do 1º ano de nutrição da Universidade São Judas Tadeu, decidiram não boicotar a prova. Elas dizem ter tomado conhecimento dos argumentos pró-boicote apenas minutos antes de o exame começar, no prédio das Faculdades Campos, na Lapa, zona oeste de São Paulo.
"É chato fazer prova no domingo, mas acho que é importante", disse Isabella Bonzi, 18, aluna do 1º ano de fonoaudiologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que assistiu a uma palestra sobre o Enade na quarta passada.


NA INTERNET - Veja o gabarito das provas em
www.folha.com.br/073151


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