São Paulo, quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Luz volta, mas 8,3 milhões de pessoas ficam sem água

Moradores de SP, RJ e ES sofreram corte no abastecimento após o apagão

PM diz que recebeu mais chamadas da noite de anteontem até a madrugada de ontem, mas ocorrências caíram de 6.000 para 5.400

DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE, NO RIO
DO "AGORA"
DA AGÊNCIA FOLHA

O apagão que atingiu o país afetou também o abastecimento de água, a telefonia celular e o atendimento em delegacias.
Após o blecaute, 6,7 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo, 1 milhão no Rio de Janeiro e 575 mil no Espírito Santo ficaram sem água.
Na hora do apagão, os sistemas de abastecimento e tratamento de água foram desligados. A maioria foi religada na madrugada. A previsão é que tudo seja normalizado hoje pela manhã -ontem, no final do dia, cerca de 2 milhões em São Paulo ainda estavam sem água.
Na Vila Guilherme, zona norte da capital, um salão de beleza teve de desmarcar dez clientes por causa do problema. Os funcionários passaram o dia de ontem parados. "Tem que ficar aqui, né? Fazer o quê?", disse a assistente Paula Veiga, 33.
No Capão Redondo, zona sul, Anthony dos Santos, 7, suas irmãs e primas usaram potes, panelas, bacias, baldes, tudo o que podia armazenar água, que chegou de terça a ontem à noite. As crianças passaram o dia buscando água na bica que fica na esquina da rua onde moram.

Celulares
Durante o apagão, as ligações feitas por meio de telefones celulares foram afetadas. É que mesmo que os aparelhos não dependam da energia elétrica para funcionar, algumas antenas de transmissão de sinal, que têm baterias para funcionar em caso de pane, falharam.
As empresas dizem que o principal problema foi o congestionamento na rede pelo aumento do volume de chamadas.
A maioria dos celulares até tinha sinal, mas as ligações não eram completadas. Claro, Oi e Tim admitem falta de energia em algumas estações, mas afirmam que o problema foi pontual. A Vivo atribui o problema apenas ao congestionamento.

Delegacias
Apesar de ter recebido mais chamadas do que usualmente, a Polícia Militar diz ter registrado menos ocorrências do que a média do período.
A sensação de medo causada pela escuridão fez com que a PM recebesse 2.400 chamadas -o normal são 1.000. As ocorrências efetivas, porém, diminuíram 10% -6.000 para 5.400. A PM diz que, como menos pessoas saíram às ruas, houve menos crimes.
Nas delegacias a procura para registrar ocorrência caiu na madrugada e aumentou durante o dia de ontem. Segundo o delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Domingos Paulo Neto, isso já era esperado.
A técnica em raio-x Ivonete Maria Quintino, 49 anos, tentava registrar o roubo do seu carro no 35º DP (Jabaquara). "Nem vim ontem porque sabia que estava sem energia. Agora o jeito é esperar", disse.


Texto Anterior: TCU recomendou medidas para evitar um apagão
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.