São Paulo, quinta-feira, 12 de dezembro de 2002

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LEGISLATIVO

Diretório nacional do partido pode forçar vereadores, que declararam apoio a candidato do PL, a rever posição

PDT pode mudar rumo de eleição na Câmara

JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

Vereadores do PDT que já declararam apoio ao vereador Antônio Carlos Rodrigues (PL), candidato da base aliada do governo à presidência da Câmara, admitem a possibilidade de mudar o voto em favor da candidatura do concorrente apoiado pelo Executivo, Arselino Tatto (PT). Como tem três vereadores, o partido tem votos suficientes para mudar os rumos da disputa, no domingo.
A mudança de voto poderá ocorrer devido a pressões do PDT e traições de última hora no grupo que apóia Rodrigues. Até ontem, ele afirmava ter o apoio de 29 dos 55 vereadores, um a mais do que o necessário para vencer.
A lista de apoio inclui os três pedetistas do Legislativo: Eliseu Gabriel, líder da bancada, Humberto Martins e Baratão. No caso do PDT, porém, a confirmação de votos ainda depende de dois fatores, segundo dois vereadores. O primeiro é uma reunião da bancada hoje com o diretório nacional.
O encontro ocorre um dia após surgir na Câmara a informação de que o partido pode assumir a Secretaria de Negócios Jurídicos.
A vaga, em troca de apoio a Tatto, ficaria com o deputado federal e presidente do diretório estadual do PDT, José Roberto Batochio, que nega essa possibilidade. O deputado, porém, afirmou que a posição do PDT quanto à eleição já foi fechada pelo diretório municipal, que defende apoio a Tatto.
Segundo o líder do PDT na Câmara, a bancada poderá mesmo ser forçada a reavaliar o apoio a Rodrigues após o encontro de hoje, no Rio. "Vamos analisar as sanções que vamos ter [se eles votarem contra uma eventual confirmação da determinação de apoio ao PT"", disse Gabriel.
Outro risco à candidatura de Rodrigues pode aparecer no momento da votação. Segundo Humberto Martins, ele seguirá apoiando Rodrigues mesmo diante do risco de ser punido pelo PDT. Ele, porém, diz que abandonará a candidatura se houver traições no grupo.
Até ontem já circulava informações sobre a tentativa de Tatto de atrair votos do PMDB e do PPB que já estão com seu adversário. As informações acirraram os ânimos dos vereadores. À tarde, Rodrigues ameaçou o líder do governo, José Mentor (PT), em público. "Vou jogar sujo, sujo, sujo", disse um dia após declarar que poderá ir para a oposição se for derrotado por Tatto com ajuda do governo.


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