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São Paulo, sexta-feira, 12 de dezembro de 2003

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SEGURANÇA

Vítima trabalhava para contrabandista; escuta telefônica da polícia revela planejamento de crime

Ex-namorada de Lobão é acusada de matar vendedora

DO "AGORA"

As escutas de conversas telefônicas entre pessoas ligadas a Roberto Eleutério da Silva, o Lobão, considerado o maior contrabandista de cigarros do país, ajudaram a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pirataria a descobrir que o esquema envolve até corrupção de juízes, mas não puderam evitar um homicídio cujo planejamento está registrado nas gravações.
Anteontem à noite, Michelle Messias de Souza, 21, ex-namorada de Lobão, e Carlos Alexandre Pereira do Nascimento, 24, atual namorado de Michelle Souza, foram presos acusados de matar a vendedora Francisca Maria Silva Geraldo, 40, e balear o filho dela J.C.S., 19, em uma emboscada, no último dia 15, na Vila Ema.
As duas mulheres trabalhavam para Lobão e passaram a disputar poder no grupo a partir da prisão do contrabandista, em setembro. Gravações exibidas ontem à noite pelo "Jornal Nacional", da Rede Globo, mostraram os diálogos travados supostamente por Michelle Souza e Nascimento em que eles combinam desde a abordagem da vítima até o comportamento que a mandante do crime deve adotar no enterro, para não levantar suspeita.
Durante o planejamento, em uma das conversas, Michelle Souza diz que a morte deveria ocorrer logo, antes que ela fosse delatada por Francisca Geraldo na Polícia Federal, onde Lobão está preso. A vítima teria descoberto que Michelle Souza, responsável por receber aluguéis de vendedores da Galeria Pagé, no centro de São Paulo, desviava valores pertencentes ao contrabandista. O esquema renderia a Lobão R$ 135 mil ao mês.
Temendo ser delatada ao ex-namorado, Michelle Souza teria planejado o crime. Gravações exibidas ontem pelo "Jornal Nacional" mostraram que uma tentativa deu errado e que a segunda, parcialmente certo. Atraída para um ponto de ônibus por um telefonema dado pela colega, Francisca Geraldo levou um filho ao encontro. A mulher e o rapaz foram alvejados por tiros, os assassinos fugiram no carro das vítimas fazendo com que o crime parecesse assalto, mas o rapaz sobreviveu. Ao descobrirem que ele está vivo, os dois passaram a se esconder.
O que Michelle Souza e Nascimento não sabiam é que suas conversas telefônicas estavam sendo monitoradas pela polícia a pedido da CPI da Pirataria. Segundo informação veiculada no "Jornal Nacional" de ontem, os telefonemas não são acompanhados em tempo real. As conversas sobre o assassinato de Francisca Geraldo só começaram a ser ouvidas um dia após a morte dela.


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