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SEGURANÇA
Vítima trabalhava para contrabandista; escuta telefônica da polícia revela planejamento de crime
Ex-namorada de Lobão é acusada de matar vendedora
DO "AGORA"
As escutas de conversas telefônicas entre pessoas ligadas a Roberto Eleutério da Silva, o Lobão,
considerado o maior contrabandista de cigarros do país, ajudaram a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pirataria a
descobrir que o esquema envolve
até corrupção de juízes, mas não
puderam evitar um homicídio cujo planejamento está registrado
nas gravações.
Anteontem à noite, Michelle
Messias de Souza, 21, ex-namorada de Lobão, e Carlos Alexandre
Pereira do Nascimento, 24, atual
namorado de Michelle Souza, foram presos acusados de matar a
vendedora Francisca Maria Silva
Geraldo, 40, e balear o filho dela
J.C.S., 19, em uma emboscada, no
último dia 15, na Vila Ema.
As duas mulheres trabalhavam
para Lobão e passaram a disputar
poder no grupo a partir da prisão
do contrabandista, em setembro.
Gravações exibidas ontem à noite
pelo "Jornal Nacional", da Rede
Globo, mostraram os diálogos
travados supostamente por Michelle Souza e Nascimento em
que eles combinam desde a abordagem da vítima até o comportamento que a mandante do crime
deve adotar no enterro, para não
levantar suspeita.
Durante o planejamento, em
uma das conversas, Michelle Souza diz que a morte deveria ocorrer
logo, antes que ela fosse delatada
por Francisca Geraldo na Polícia
Federal, onde Lobão está preso. A
vítima teria descoberto que Michelle Souza, responsável por receber aluguéis de vendedores da
Galeria Pagé, no centro de São
Paulo, desviava valores pertencentes ao contrabandista. O esquema renderia a Lobão R$ 135
mil ao mês.
Temendo ser delatada ao ex-namorado, Michelle Souza teria planejado o crime. Gravações exibidas ontem pelo "Jornal Nacional"
mostraram que uma tentativa deu
errado e que a segunda, parcialmente certo. Atraída para um
ponto de ônibus por um telefonema dado pela colega, Francisca
Geraldo levou um filho ao encontro. A mulher e o rapaz foram alvejados por tiros, os assassinos fugiram no carro das vítimas fazendo com que o crime parecesse assalto, mas o rapaz sobreviveu. Ao
descobrirem que ele está vivo, os
dois passaram a se esconder.
O que Michelle Souza e Nascimento não sabiam é que suas
conversas telefônicas estavam
sendo monitoradas pela polícia a
pedido da CPI da Pirataria. Segundo informação veiculada no
"Jornal Nacional" de ontem, os
telefonemas não são acompanhados em tempo real. As conversas
sobre o assassinato de Francisca
Geraldo só começaram a ser ouvidas um dia após a morte dela.
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