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Jayme Pasmanik, o terno e a moda
WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A vitrine do número 791 da
rua Oscar Freire, em São
Paulo, deixa entrever as roupas que vestem Camila Pitanga na última coleção da
Cori -hoje uma das marcas
mais badaladas da moda brasileira, mas que surgiu quando Jayme Pasmanik, homem
dedicado à religião na comunidade judaica paulistana, e
seu pai, decidiram abrir um
pequeno negócio.
Que parece ter dado certo
-Pasmanik foi presidente
do grupo Cori, hoje com 27
lojas, por 30 anos. Mas o engenheiro civil nascido em
Campinas, filho de judeus
romenos, também colecionou cargos de direção. Foi do
conselho administrativo da
Fiesp, do conselho deliberativo do Hospital Albert Einstein e da Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria.
E por outros 30 anos foi
presidente da congregação
judaica ortodoxa Beit Chabad -ainda que abdicasse do
kippah e das costeletas e que
defendesse, quando era o caso, posicionamentos liberais.
Talvez por esse trânsito facilitado entre as orientações
do judaísmo, chegou à presidência estadual da Federação Israelita, em 1977.
Foi ele quem, no ano passado, na típica celebração de
acendimento do candelabro
durante a cerimônia religiosa do Chanuká, na avenida
Paulista, entregou nas mãos
do prefeito Gilberto Kassab
um pequeno candelabro,
símbolo máximo da festa.
Tinha quatro filhos e seis
netos, o homem sério e diplomático, que usava terno
até mesmo nos almoços de
domingo com a família. Morreu no dia quatro, de falência
múltipla dos órgãos, aos 79
anos, em São Paulo.
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