São Paulo, quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

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Jayme Pasmanik, o terno e a moda

WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A vitrine do número 791 da rua Oscar Freire, em São Paulo, deixa entrever as roupas que vestem Camila Pitanga na última coleção da Cori -hoje uma das marcas mais badaladas da moda brasileira, mas que surgiu quando Jayme Pasmanik, homem dedicado à religião na comunidade judaica paulistana, e seu pai, decidiram abrir um pequeno negócio.
Que parece ter dado certo -Pasmanik foi presidente do grupo Cori, hoje com 27 lojas, por 30 anos. Mas o engenheiro civil nascido em Campinas, filho de judeus romenos, também colecionou cargos de direção. Foi do conselho administrativo da Fiesp, do conselho deliberativo do Hospital Albert Einstein e da Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria.
E por outros 30 anos foi presidente da congregação judaica ortodoxa Beit Chabad -ainda que abdicasse do kippah e das costeletas e que defendesse, quando era o caso, posicionamentos liberais. Talvez por esse trânsito facilitado entre as orientações do judaísmo, chegou à presidência estadual da Federação Israelita, em 1977.
Foi ele quem, no ano passado, na típica celebração de acendimento do candelabro durante a cerimônia religiosa do Chanuká, na avenida Paulista, entregou nas mãos do prefeito Gilberto Kassab um pequeno candelabro, símbolo máximo da festa.
Tinha quatro filhos e seis netos, o homem sério e diplomático, que usava terno até mesmo nos almoços de domingo com a família. Morreu no dia quatro, de falência múltipla dos órgãos, aos 79 anos, em São Paulo.


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