|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governo não usa 45% de verba antienchente
Gestão Serra afirma que recursos não foram usados por conta do atraso de financiamento externo de projeto do Tietê
Planejamento "furou", diz secretária do Estado, que culpa "burocracias" por não
ter havido liberação de verba do BID neste ano
ALENCAR IZIDORO
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo de São Paulo deixará de utilizar 45% do dinheiro previsto no Orçamento deste ano para as ações de combate
às enchentes devido ao atraso
no financiamento de um programa que prevê a preservação
das várzeas do rio Tietê.
O planejamento "furou", segundo palavras da secretária de
Saneamento e Energia da gestão Serra (PSDB), Dilma Pena.
Por esse motivo, afirma, serão gastos só R$ 140 milhões do
montante original de R$ 255
milhões para este ano.
"Pelo nosso planejamento,
que furou, que não se realizou,
iríamos assinar a contratação
do BID [Banco Interamericano
de Desenvolvimento] para início do Várzeas do Tietê forte
neste ano", disse Pena à Folha.
Ela alega "uma série de burocracias", "missões que vêm e
que voltam", para a demora na
obtenção do empréstimo, que
estima agora para 2010.
Parque
O Várzeas do Tietê, lançado
em julho deste ano, abrange a
construção de um parque linear de 75 km, tanto para ajudar no combate às enchentes
(por preservar as margens do
rio e atenuar a ocupação desordenada) como para opção de lazer, incluindo ciclovia.
Ele é visto como ação complementar ao rebaixamento
da calha concluído em 2006
-que não evitou as ocorrências
de transbordamento do rio
e alagamento da marginal nesta
semana e em setembro último.
A secretária Dilma Pena diz
que a nova previsão é obter os
recursos do BID em 2010.
O Estado depende deles para
firmar alguns contratos e tocar
boa parte das obras, já que a expectativa é que 70% dos R$ 377
milhões de investimentos da
primeira fase, prometida para
2012, venham do empréstimo.
A gestão Serra não diz se, devido ao atraso no ritmo inicial,
pode postergar a conclusão.
"Nas várzeas do Alto do Tietê
serão formadas grandes piscinas naturais, que amortecerão
as cheias e serão fundamentais
para complementar os efeitos
das obras de aprofundamento
da calha do Tietê", exalta texto
do governo do Estado.
Depois da fase inicial, com 25
km de extensão (da Penha até a
divisa com Itaquaquecetuba), a
segunda está prevista para
2014 e a terceira, para 2016.
O BID não falou do atraso. Só
disse que há expectativa de
aprovação no ano que vem.
Recursos
Os valores gastos em 2009
(que incluem desassoreamento
dos rios, piscinões, manutenção de estruturas hidráulicas)
serão superiores aos R$ 107,5
milhões do ano passado, mas ficam aquém dos do período das
obras de rebaixamento da calha
do Tietê -quando atingiram
até R$ 400 milhões.
Questionada sobre a necessidade de mais recursos, Dilma
Pena relativizou: "Estamos
passando por um período climático atípico. A gente tem que
ter cuidado para não alocar recursos de forma equivocada, no
calor dos acontecimentos", disse a secretária.
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Frase Índice
|