São Paulo, domingo, 12 de dezembro de 2010

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Milícias não se combatem com UPP, afirma governo

Para secretária de Segurança, prisão dos líderes basta para enfraquecê-las

Tese é a de que atuação contra corrupção pode desarticular quadrilhas formadas por policiais e agentes de segurança

DO RIO

O combate às milícias não depende de instalação de UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), avalia a cúpula da Secretaria de Segurança. Para o órgão, investigação e prisão dos líderes é o suficiente para enfraquecer os grupos paramilitares.
Alçadas ao topo do debate pelo filme "Tropa de Elite 2", as milícias já dominam mais áreas do que a principal facção do tráfico, o Comando Vermelho, aponta estudo do Nupevi (Núcleo de Pesquisa das Violências), da Uerj.
Embora não descarte a instalação de unidades nas áreas de atuação desses grupos criminosos, a pasta avalia que uma atuação mais efetiva das corregedorias e de investigações em conjunto com a Polícia Federal podem desarticular as quadrilhas.
"Essas pessoas [integrantes de milícias] têm endereço, família, responsabilidade familiar. Com investigação, liberando a polícia dessa guerra do tráfico, a gente controla as milícias talvez sem a necessidade de ocupação física da polícia", afirma o superintendente de Planejamento Operacional da secretaria, Roberto Alzir.

FORMAÇÃO
As milícias são formadas, em geral, por policiais e ex-agentes. Cobram taxas de moradores e comércio, principalmente na zona oeste do Rio, e impõem "penas" aos que se negam a pagá-las.
Entre as 13 UPPs instaladas, só uma foi posta em área de influência de milícias.
O Batam, favela com 45 mil moradores, foi ocupado em fevereiro de 2009, logo após a tortura de uma equipe do jornal "O Dia" feita pela quadrilha que atuava ali.
"Se não conseguirmos controlar [as milícias] com ações regulares de polícia, teremos que ocupar. São cenários a serem avaliados", afirma Alzir.
(ITALO NOGUEIRA)


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