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Polícia diz que restringirá porte
DA REPORTAGEM LOCAL
A possibilidade do vigia de rua
em São Paulo receber porte de arma funcional, como vigilantes
empregados em empresas, preocupa especialistas em segurança.
Apesar da brecha aberta com a lei
estadual, a Polícia Civil afirma
que não bastará ser vigia regularizado para trabalhar armado.
A lei federal 7.102, de 1983, estabelece o porte em serviço ao vigilante vinculado à empresa que fez
cursos de formação e treinamento
de tiro. A arma é registrada em
nome da empresa e o vigilante só
poderá usá-la no trabalho, senão,
pode ser preso por porte ilegal.
Como o vigia de rua não existe
na legislação federal, ele só pode,
na teoria, pedir o porte pessoal. Só
que na prática, segundo o Sindicato dos Vigilantes Autônomos
do Estado de São Paulo e a própria polícia, a autorização esbarrava na hora de comprovar a profissão, uma das exigências da lei.
"A ocupação de vigia de rua não
está regulamentada", disse o delegado Francisco José Pacífico de
Migueli, da Divisão de Produtos
Controlados, da Polícia Civil.
O delegado Weldon Carlos da
Costa, diretor da Assessoria Policial Judiciária da Polícia Civil, diz
que ser guarda de rua regularizado não dá porte automático. "Ele
[o guarda" terá de justificar por
que precisa da arma para trabalhar. A análise será caso a caso".
Costa diz que a concessão não
será indiscriminada e que, no texto do decreto de regulamentação
da lei que está elaborando, pode
constar a restrição de portar arma
só no bairro onde trabalha.
"O trabalho de vigia de rua é estritamente de observação e informação. O uso de arma para guardar a vida pública é da polícia",
afirmou o coronel da reserva da
PM José Vicente da Silva Filho,
ex-secretário nacional da Segurança Pública. "A pessoa que porta uma arma não tem de só saber
atirar. Deve estar preparada para
para situações de crise", disse.
Segundo o deputado federal
Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), que integrou a comissão especial de segurança pública do
Congresso Nacional, a política de
armamento para combater a criminalidade é absurda.
O deputado estadual Afanásio
Jazadji (PFL) e o presidente do
Sindicato dos Vigilantes Autônomos de São Paulo, Altino Francisco da Silva Neto, concordam que
a concessão de porte funcional seja restrita, mas afirmam que o vigia autônomo tem tanto direito a
usar arma quanto o empregado.
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