ALENCAR IZIDORO
AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL

A passagem subterrânea que a prefeitura começou a construir no cruzamento das avenidas Cidade Jardim e Faria Lima deve ser entregue no final deste ano com um obstáculo que limitará os benefícios ao trânsito: um semáforo, localizado em uma das entradas/ saídas do túnel, será mantido inicialmente. Esse semáforo, no entroncamento da Cidade Jardim com a Nove de Julho, a 140 metros da Faria Lima, deveria ser extinto segundo os projetos iniciais, mas a Prefeitura de São Paulo decidiu adiar a sua eliminação, devido aos custos que teria, e já planeja uma segunda etapa da obra a partir de 2005 para resolver esse problema.
Na avaliação do secretário Valdemir Garreta (que cuida da pasta do Abastecimento e dos projetos especiais da administração Marta Suplicy), esse complemento representa 20% do projeto integral (não em despesas, mas em obras e materiais).
Os altos custos das desapropriações -estimados em R$ 50 milhões- são os principais entraves. Mesmo assim, será uma prioridade de Marta no ano que vem, caso ela consiga se reeleger, afirma Garreta.

Trajetos
Com a manutenção desse semáforo, quem estiver na Cidade Jardim, no sentido bairro-centro, em direção à avenida Europa, terá esse obstáculo na saída do túnel (a passagem será direta apenas para os que forem à Nove de Julho).
No sentido centro-bairro, quem estiver na Nove de Julho enfrentará o semáforo na entrada do túnel (somente os que estiverem na avenida Europa nesse mesmo sentido passarão sem parar).
Na prática, os motoristas que vierem da Nove de Julho ainda terão alguma vantagem com a obra (ao passar por debaixo da Faria Lima sem ter de parar), mas bastante restrita, até porque hoje esse semáforo costuma ser sincronizado com os que estão no cruzamento da Faria Lima, a 140 metros -ou seja, eles ficam na mesma condição (verde ou vermelho) na maior parte do tempo.
Os carros que estiverem na Faria Lima no sentido Pinheiros/Itaim ou Itaim/Pinheiros também passarão por um semáforo para pedestres no cruzamento com a Cidade Jardim.

Preparação
O secretário municipal diz que a CBPO Engenharia, que venceu a licitação para construir a passagem subterrânea, já deixará a obra encaminhada para essa complementação, que seria um prolongamento do túnel, mas num nível diferente (elevado ou rebaixado), para evitar a interseção entre as diferentes vias.
O custo da primeira fase da passagem subterrânea é de R$ 83 milhões. As obras dessa segunda etapa ficariam entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões, mas o acréscimo das desapropriações (R$ 50 milhões) a deixaria quase do mesmo preço do trecho que será entregue inicialmente.

Novas interdições
A segunda etapa das obras deverá trazer novas interdições, mas restritas à Nove de Julho, segundo Garreta. A Cidade Jardim está interditada no sentido centro-bairro desde a manhã de anteontem para a construção dessa passagem subterrânea.
O secretário afirmou ontem que a interdição no sentido oposto (bairro-centro) acontecerá somente durante duas semanas, às vésperas da conclusão da obra. Essa situação será possível porque, abertos os buracos de um lado, tudo será feito dentro do subterrâneo, sendo necessário interromper a circulação do outro lado somente quando forem feitos os acabamentos da entrada no túnel.
O mesmo não acontecerá com as obras da passagem subterrânea no cruzamento da Faria Lima com a Rebouças -os atuais bloqueios são no sentido bairro-centro, direção que será invertida nos próximos meses. Segundo Garreta, as interferências no subterrâneo da região impedem que seja adotada a mesma estratégia.
Nos dois casos, a prefeitura divulgou que as obras vão durar 11 meses, sendo entregues no final deste ano. Os contratos com as empreiteiras, porém, previam um limite de 18 meses, contados a partir de setembro.
Ou seja, as empresas poderão, contratualmente, concluir os túneis até março de 2005, embora, segundo Garreta, tenham se comprometido a antecipar a data de inauguração.


Texto Anterior: Mundo animal: Cinco baleias percorrem orla do Rio
Próximo Texto: Para CET, trânsito na área teve lentidão "normal"
Índice