São Paulo, quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

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Defesa Civil local ignorou os alertas de chuva forte

Órgão seguiu meteorologia do Estado, que não previu temporal; tragédia é parecida com a que atingiu Angra

Aviso do Inmet e do Cptec alertava para chuva "moderada a forte" com trovoadas e rajadas de vento


DO RIO
DE SÃO PAULO
DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS


O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) e o Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) enviaram um alerta sobre chuvas fortes no Rio de Janeiro às 16h23 de anteontem.
O boletim chegou primeiro à Defesa Civil Nacional. O órgão confirma que recebeu a informação e, imediatamente, repassou para o Estado.
A Defesa Civil do Rio de Janeiro, entretanto, ignorou avisos de fortes chuvas.
Segundo o órgão, foi seguida a recomendação do Simerj (Serviço de Meteorologia do Estado do Rio), que não previu os temporais.
De acordo com a Secretaria de Saúde e Defesa Civil do Rio, havia previsão de chuva, mas não intensa. Só é emitido alerta para as defesas civis municipais e quartéis de bombeiros quando há previsão de chuva forte.
A projeção do órgão estadual foi completamente distinta da que havia sido feita pelo Inmet e pelo Cptec.

COMUNICADO
O comunicado emitido na tarde de anteontem pelos dois órgãos nacionais previa a ocorrência de chuva "moderada a forte", com trovoadas e rajadas de vento ocasionais em áreas isoladas, das 15h de terça-feira até meia-noite de amanhã.
"O aviso abrange o Estado, especialmente a região serrana e a divisa com Minas Gerais", diz Marlene Leal, meteorologista do Inmet. O volume de chuva foi acima do previsto, reconheceu Leal.
Em Nova Friburgo, foi registrado, das 9h de terça até as 9h de ontem, um índice pluviométrico de 182,8 mm -o índice esperado para janeiro inteiro era de 199 mm.
Em Teresópolis, o volume de chuva registrado nas mesmas 24 horas chegou a 124,6 mm. As chuvas acumuladas no mês chegaram a 219 mm. O esperado para o período era entre 140 e 200 mm.
Segundo especialistas, a tragédia da região, do ponto de vista geológico, é semelhante ao que ocorreu em Angra dos Reis, em 2010, e em Santa Catarina, em 2008.


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