UOL


São Paulo, quinta-feira, 13 de fevereiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

REPRODUÇÃO

Novo serviço para tratamento da infertilidade atenderá pacientes do SUS com recursos de clientes privados e conveniados

HC cria centro atrelado à "segunda porta"

Tuca Vieira/Folha Imagem
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, durante a inauguração do centro de reprodução humana do Hospital das Clínicas


CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Hospital das Clínicas de São Paulo inaugurou ontem um centro de reprodução humana de US$ 1 milhão, com recursos do governo do Estado, para atendimento e pesquisa da infertilidade. O público-alvo é pacientes do SUS, mas o centro vai depender dos clientes particulares e de convênios médicos, a conhecida "segunda porta", para garantir o atendimento gratuito.
Atualmente, nem o Ministério da Saúde nem os convênios médicos pagam os procedimentos de reprodução assistida. O único hospital público que presta o serviço gratuitamente é o Pérola Byington, em São Paulo, que, por falta de verbas, interrompeu o atendimento em junho de 2001.
Segundo o médico Luiz Diniz, responsável pelo serviço de reprodução do hospital, há 600 casais à espera da normalização do serviço para fazer uma fertilização in vitro (FIV). Cerca de 300 a 400 pessoas ligam mensalmente para o hospital em busca de uma vaga.
O próprio Hospital das Clínicas tem um ambulatório de reprodução humana que está praticamente parado por falta de verbas para a compra de materiais. A fila de espera é de 300 casais. A maioria aguarda há mais de dois anos a chance de fazer uma FIV.
É o caso da assistente administrativa Rita Alves de Souza, 31, que tem as trompas obstruídas. Ela ganha R$ 500 por mês, e o marido, gráfico, R$ 800. Rita está na fila de espera do HC desde 1999. É o número 180. "Fico aflita, angustiada. O tempo está passando e vejo as minhas chances cada dia menores", diz.
Animada com a notícia da inauguração do novo centro, Rita telefonou ontem para o HC, mas soube que nada mudou. "Falaram que não têm idéia de quando poderei fazer a FIV e que o novo centro não tem nada a ver com o serviço onde estou inscrita", diz.
Rita está certa. O novo centro, que recebeu o nome do governador Mário Covas, está ligado à divisão de urologia do hospital, chefiada pelo urologista Sami Arap, integrante da equipe que cuidou de Covas. O ambulatório em que Rita está inscrita é subordinado à divisão de ginecologia e obstetrícia da Faculdade de Medicina, cujo diretor é o médico e deputado José Aristodemo Pinotti.
A princípio, o novo centro não atenderá os pacientes que estão na fila de espera do ambulatório já existente. "A coisa está bem complicada. Não sabemos como será o entrosamento entre a urologia e a ginecologia", resume o médico Vicente Mario Iza, responsável pelo ambulatório de reprodução do HC.
O novo centro tem capacidade para 2.000 pacientes por ano.

Informações: pacientes SUS - 0/xx/ 11/ 3063-3030, de segunda a sexta, das 7h às 12h; pacientes particulares e de convênios - 0/xx/11/3082-9933/ 9470, de segunda a sexta, das 10h às 16h.


Texto Anterior: Vestibular: Fuvest divulga segunda chamada
Próximo Texto: Governador ignora falta de verba
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.