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SP define critério para bônus de professor em escolas
Receberão mais as unidades que conseguirem melhorar a nota da maioria dos alunos
Funcionários e diretores das escolas do Estado também poderão receber prêmio anual; valor do benefício pode chegar a três salários
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Secretaria Estadual da
Educação definiu que a melhora na nota média dos alunos de
uma escola não será suficiente
para que diretor, professores e
funcionários recebam o prêmio
financeiro por desempenho
instituído pelo governo do Estado de São Paulo.
A bonificação, que será paga
uma vez ao ano, poderá chegar
ao equivalente a três salários.
Para receber o prêmio, a escola
terá de melhorar o desempenho da maioria dos alunos -e
não apenas de alguns.
Para chegar a esse resultado,
o governo decidiu dividir os estudantes em grupos segundo as
notas no Saresp (avaliação do
governo estadual).
Serão mais bem avaliadas as
unidades que tiverem a maior
proporção de alunos que subiram de patamar (por exemplo,
do grupo com nota "insuficiente" para "adequado"). As bases
serão o Saresp 2005 e 2007.
Esse indicador de desempenho de alunos será aliado às taxas de repetência e evasão das
escolas, para definição do bônus. Juntos, representarão
70% da avaliação das unidades.
Nos demais 30%, serão considerados as ausências dos servidores e indicadores de gestão.
Segundo o pesquisador Francisco Soares, um dos escolhidos
pela secretaria para desenvolver o sistema, a idéia é valorizar
as escolas que melhorarem o
conjunto dos estudantes. Por
isso, diz, não foram utilizadas
apenas as médias dos colégios.
A quantidade de patamares
de desempenho e as notas que
limitarão esses níveis ainda estão sendo definidas.
"O que já está certo é que os
patamares representarão saltos na aprendizagem", disse o
pesquisador.
"Se usássemos apenas as médias, poderia acontecer de os
alunos melhorarem apenas um
pouco, as médias das escolas
subirem, mas o ganho de cada
estudante ser insignificante",
completou.
O modelo foi apresentado
anteontem pela secretaria para
diversos educadores. "Usando
só as médias, as escolas poderiam focar apenas os melhores
alunos, aumentando as médias
sem que os demais tivessem ganhos", disse o ex-ministro da
Educação Paulo Renato Souza
durante o governo FHC, deputado federal pelo PSDB, que esteve na reunião.
"A premiação com base em
desempenho fará com que os
melhores professores procurem as melhores escolas, onde
é mais fácil melhorar o desempenho dos alunos", afirmou José Marcelino Pinto, pesquisador da USP-Ribeirão Preto. Segundo ele, "as escolas com mais
dificuldades serão ainda mais
prejudicadas".
O governo afirma que destinará R$ 1 bilhão às bonificações. Parte dos recursos (cerca
de R$ 600 milhões) foram
transferidos da gratificação que
considerava apenas a freqüência dos servidores.
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