São Paulo, quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

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Jordão Pereira e o código do sucesso

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Filho de um dos maiores editores do país, Geraldo Jordão Pereira já havia dirigido uma e criado duas editoras. Mas um insight lhe valeu a venda de mais de 1 milhão de livros -e a febre de "O Código Da Vinci" o fez famoso como nunca em seus 69 anos de vida.
Filho de José Olympio, dono de editora homônima, nasceu entre grandes escritores. "Tomava café da manhã com Drummond, almoçava com Guimarães Rosa, jantava com Lins do Rego."
Mas entrou no mercado editorial aos 17, vendendo livros de porta em porta e "aprendendo o metiê passo a passo". Estudou sociologia e administração e dirigiu por 20 anos a editora do pai, até ser encampada por dívidas pelo BNDES em 1975.
No ano seguinte, criou a Salamandra. E em 1998 foi a vez da Sextante, voltada à auto-ajuda. Fez algum sucesso com a coleção "Um Dia Daqueles", com seus bichos preguiçosos e belas frases. A guinada só veio em 2003.
Folheava uma revista americana quando viu uma nota sobre um tal Dan Brown, que acabava um livro sobre Cristo e Da Vinci. Pagou US$ 12 mil pelos direitos. E vendeu mais de 1,5 milhão de cópias no Brasil.
O sucesso não alterou a rotina de música clássica, bons vinhos e roda de pôquer "barata" na casa do editor. Nem a dedicação à editora, mantida mesmo durante a espera pelo transplante de fígado -e onde esteve até sexta. Morreu ontem, de derrame.


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