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Jordão Pereira e o código do sucesso
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Filho de um dos maiores
editores do país, Geraldo
Jordão Pereira já havia dirigido uma e criado duas editoras. Mas um insight lhe valeu
a venda de mais de 1 milhão
de livros -e a febre de "O Código Da Vinci" o fez famoso
como nunca em seus 69 anos
de vida.
Filho de José Olympio, dono de editora homônima,
nasceu entre grandes escritores. "Tomava café da manhã com Drummond, almoçava com Guimarães Rosa,
jantava com Lins do Rego."
Mas entrou no mercado
editorial aos 17, vendendo livros de porta em porta e
"aprendendo o metiê passo a
passo". Estudou sociologia e
administração e dirigiu por
20 anos a editora do pai, até
ser encampada por dívidas
pelo BNDES em 1975.
No ano seguinte, criou a
Salamandra. E em 1998 foi a
vez da Sextante, voltada à auto-ajuda. Fez algum sucesso
com a coleção "Um Dia Daqueles", com seus bichos
preguiçosos e belas frases. A
guinada só veio em 2003.
Folheava uma revista
americana quando viu uma
nota sobre um tal Dan
Brown, que acabava um livro
sobre Cristo e Da Vinci. Pagou US$ 12 mil pelos direitos.
E vendeu mais de 1,5 milhão
de cópias no Brasil.
O sucesso não alterou a rotina de música clássica, bons
vinhos e roda de pôquer "barata" na casa do editor. Nem
a dedicação à editora, mantida mesmo durante a espera
pelo transplante de fígado
-e onde esteve até sexta.
Morreu ontem, de derrame.
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