São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 2011

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Mercado imobiliário atual levanta ânimo dos corretores de SP

Profissão passou por profissionalização nos últimos anos e tem atraído graduados em diferentes áreas

Os tops da corretagem chegam a abocanhar comissões de até R$ 300 mil por ano; hoje, eles são 50 mil na cidade

MARIANNE PIEMONTE
DE SÃO PAULO

Nunca na história de São Paulo houve um período tão próspero para compra e venda de casas e apartamentos como agora. Só na capital foram vendidos cerca de 21 mil imóveis no semestre passado. No mesmo período de 2009, foram 16 mil.
O boom do mercado reflete diretamente, é claro, no contingente de corretores. Profissão que oficialmente recebe o nome de "técnico em transação imobiliária".
Eles são muitos. Juntos, os corretores em atividade hoje formariam a população de Porto Feliz (cidade com cerca de 50 mil habitantes no interior paulista), conforme registros do Creci (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis) e do Sciesp (Sindicato dos Corretores do Estado de São Paulo).
Quantidade, como se sabe, não significa qualidade. "Infelizmente, para cada corretor habilitado ainda temos 2,8 clandestinos", calcula Alexandre Tirelli, 37, presidente do sindicato.
O perfil desses profissionais mudou tanto quanto os imóveis considerados de alto padrão dos anos 90 para cá.
Assim como mudaram as imobiliárias, que atravessam uma onda de fusão típica de grandes conglomerados financeiros, com direito a capital aberto.
Segundo Luís Fernando Gambi, diretor de comercialização do Secovi (sindicato da habitação), a corretagem ainda é uma profissão com alta rotatividade, mas a profissionalização das imobiliárias tem contribuído para reverter esse quadro.
"Ainda não somos como os Estados Unidos, onde o cliente paga ao corretor uma taxa por imóvel que lhe é apresentado", afirma.
Aquecido, o setor atrai gente de diversas profissões. Há desde economistas e administradores, que investem na nova carreira, com conhecimento em legislação, financiamento e direito imobiliário, até os que não conseguiram recolocação no mercado e viraram corretores.
"A maioria dos corretores tem curso superior e boa formação cultural", diz Tirelli.
Osvaldo Vitorino, 62, optou pela profissão às vésperas de se aposentar. Quatro anos após sua entrada no mercado da corretagem, ele é o número um da Fernandez Mera, uma das maiores imobiliárias de São Paulo, e calcula ter atualmente uma renda de R$ 90 mil por ano.
Os tops da corretagem chegam a abocanhar comissões de até R$ 300 mil por ano.


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