São Paulo, Sábado, 13 de Fevereiro de 1999
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SAÚDE
Mais grave, doença pode chegar a matar
SP tem 1º caso de dengue hemorrágica

EDMILSON ZANETTI
em São José do Rio Preto

MARTA AVANCINI
da Reportagem Local

A Secretaria de Estado da Saúde anunciou ontem o primeiro caso de dengue hemorrágica em São Paulo. A vítima é a adolescente Geiziane Nogueira da Costa, 13, moradora de Riolândia (570 km a noroeste de São Paulo). Ela está internada desde sábado na Santa Casa de Votuporanga.
A dengue hemorrágica é considerada mais grave do que a chamada dengue clássica porque pode levar o doente à morte.
O secretário da Saúde, José da Silva Guedes, admite que a doença pode se manifestar em outras regiões, caso não haja envolvimento maior da população e das prefeituras para erradicar os focos de reprodução do mosquito Aedes Aegypti (transmissor do vírus causador da dengue).
"Desde 95, sabíamos do risco porque a dengue clássica já existia havia oito anos em São Paulo. Temos desenvolvido ações de prevenção e de eliminação dos focos de reprodução do mosquito, mas ainda não convencemos a população de que todos têm de se envolver no trabalho", diz.
Entre as regiões sob risco está a Baixada Santista, campeã de casos em 98, com 5.566 casos dos 10.629 registrados no Estado. Este ano, já foram confirmados 202 casos em São Paulo.
Desde o último dia 3, quando surgiram as suspeitas de que Geiziane tinha dengue hemorrágica, a Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) intensificou o combate à doença em Riolândia.
Hoje, agentes de saúde da Sucen e da prefeitura devem concluir a pulverização e retirada de recipientes com o mosquito Aedes aegypti em todas as casas do município. Em Riolândia, existem 139 casos suspeitos.
O próximo alvo da prevenção na região de Rio Preto será a cidade de Cardoso, considerada sob risco.
Segundo o médico que cuida do caso da adolescente, o pediatra Antonio Seba Jr., 41, a paciente já saiu do período crítico, mas ainda inspira cuidados e corre risco de morte.
O tratamento está sendo feito à base de hidratação e reposição de sangue. A paciente está consciente e se alimenta normalmente.


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