DA FOLHA RIBEIRÃO

As polícias Civil e Militar detiveram ontem cerca de cem pessoas em Guariba (337 km de São Paulo), após uma gangue de adolescentes ter decretado uma espécie de toque de recolher em dois bairros da periferia.
Até as 20h10, quatro pessoas maiores de idade, apontadas como líderes do movimento, estavam presas sob a acusação de formação de quadrilha. Seus nomes não foram divulgados. Os demais suspeitos tinham sido liberados.
Com 31 mil habitantes, a cidade, apesar de pequena, tem registrado problemas com gangues de menores. Dos cinco homicídios registrados em Guariba no ano passado, por exemplo, quatro envolviam jovens supostamente relacionados com tráfico de drogas.
O movimento tinha como objetivo homenagear o cantor de rap Fabiano Rosa, 18, que morreu na madrugada de ontem, supostamente por complicações de uma hantavirose (doença transmitida pela urina do rato). A confirmação da causa da morte depende de exame laboratorial.
De acordo com a polícia, o grupo obrigou os comerciantes dos bairros Monte Alegre e São Francisco a permanecerem de portas fechadas como forma de luto. Os adolescentes os teriam intimidado com ameaças de tiros.
Para evitar uma possível onda de violência, uma ação conjunta das polícias mobilizou cerca de 50 policiais, que realizaram uma "operação pente-fino" nas ruas dos dois bairros.
De acordo com o tenente Luiz Antônio Artiole, comandante da PM em Guariba, a operação começou por volta das 8h e terminou por volta das 21h30.
Mesmo com o forte esquema de segurança montado pelas polícias de Guariba, os comerciantes, com medo, permaneceram com os estabelecimentos fechados durante todo o dia de ontem.



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