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CONTRA
Criminalista diz não ver privilégio em prisão especial
DA REPORTAGEM LOCAL
É errado acabar com a prisão
especial para quem tem diploma de ensino superior, na visão
do advogado criminalista Tales
Castelo Branco. Ele opina que
talvez ela não fosse necessária
caso o sistema prisional brasileiro fosse eficiente e seguro.
FOLHA - O sr. é a favor ou contra a
prisão especial para quem tem diploma de ensino superior?
TALES CASTELO BRANCO - Sou a favor, porque é uma forma de
preservar uma pessoa que dedicou a vida aos estudos, fazendo um esforço para conseguir
um diploma superior e que, no
presídio, não deve ter rebaixada sua condição intelectual, tudo isso tendo em vista os rigores dos presídios atuais, a falta
de segurança, a incapacidade
do Estado de garantir a integridade dos presos. Não vejo isso
como um privilégio. Se o sistema fosse mais eficiente, acredito que não seria preciso.
FOLHA - É a favor da cela individual?
CASTELO BRANCO - Sim. Mas também não acho que tenha que
ser um hotel cinco estrelas. O
preso não pode ir para uma sala
de estado-maior.
FOLHA - E quanto à diferenciação
em razão do cargo exercido?
CASTELO BRANCO - O problema é
muito em razão da profissão
que a pessoa exerce. De um
modo geral existe um sentimento de vingança quanto a
determinados profissionais.
Que tal seria ficarem presos no
mesmo presídio o advogado
acusador e o réu? O preso pode
também querer se vingar de
um advogado qualquer porque
tem raiva de outro advogado.
FOLHA - E prisão especial para ocupantes de cargos políticos?
CASTELO BRANCO - Sou a favor.
Porque, de um modo geral, há
um sentimento de idiossincrasia em relação aos políticos.
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