São Paulo, sexta-feira, 13 de março de 2009

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CONTRA

Criminalista diz não ver privilégio em prisão especial

DA REPORTAGEM LOCAL

É errado acabar com a prisão especial para quem tem diploma de ensino superior, na visão do advogado criminalista Tales Castelo Branco. Ele opina que talvez ela não fosse necessária caso o sistema prisional brasileiro fosse eficiente e seguro.

 

FOLHA - O sr. é a favor ou contra a prisão especial para quem tem diploma de ensino superior?
TALES CASTELO BRANCO
- Sou a favor, porque é uma forma de preservar uma pessoa que dedicou a vida aos estudos, fazendo um esforço para conseguir um diploma superior e que, no presídio, não deve ter rebaixada sua condição intelectual, tudo isso tendo em vista os rigores dos presídios atuais, a falta de segurança, a incapacidade do Estado de garantir a integridade dos presos. Não vejo isso como um privilégio. Se o sistema fosse mais eficiente, acredito que não seria preciso.

FOLHA - É a favor da cela individual?
CASTELO BRANCO
- Sim. Mas também não acho que tenha que ser um hotel cinco estrelas. O preso não pode ir para uma sala de estado-maior.

FOLHA - E quanto à diferenciação em razão do cargo exercido?
CASTELO BRANCO
- O problema é muito em razão da profissão que a pessoa exerce. De um modo geral existe um sentimento de vingança quanto a determinados profissionais. Que tal seria ficarem presos no mesmo presídio o advogado acusador e o réu? O preso pode também querer se vingar de um advogado qualquer porque tem raiva de outro advogado.

FOLHA - E prisão especial para ocupantes de cargos políticos?
CASTELO BRANCO
- Sou a favor. Porque, de um modo geral, há um sentimento de idiossincrasia em relação aos políticos.


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