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CRIME ORGANIZADO
Governador dá prazo de 15 dias para Petrelluzzi concluir investigação de policiais denunciados
CPI pressiona e Covas cobra secretário
Moacyr Lopes Jr./Folha Imagem
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Mário Covas e o secretário da Segurança, Marco Vinicio Petrelluzzi, no Palácio dos Bandeirantes |
ALESSANDRO SILVA
SÍLVIA CORRÊA
SORAYA AGÉGE
da Reportagem Local
O governador
Mário Covas
(PSDB) deu prazo
de 15 dias para que
o secretário da Segurança Pública,
Marco Vinicio Petrelluzzi, conclua a investigação dos policiais
de Campinas denunciados pela
CPI do Narcotráfico.
A apuração da Corregedoria da
Polícia Civil dura quase cinco meses e, até ontem, os responsáveis
pelo caso não arriscavam prazo
para o término.
A data limite foi determinada
durante reunião do governador e
do secretário com os membros da
CPI do Narcotráfico, que anteontem criticaram a demora da polícia paulista em apurar as irregularidades denunciadas.
São 22 policiais investigados
por suposto envolvimento com o
crime organizado, principalmente o roubo de cargas e o tráfico de
drogas na região. Campinas (99
km de São Paulo) ainda teria conexão com outros Estados.
Entre os suspeitos está o delegado Ricardo de Lima, que teria liberado a traficante Sônia Aparecida Rossi, a Maria do Pó, de um
flagrante de apreensão de entorpecente. O delegado está asfatado
das funções desde que foi denunciado, mas por licença saúde.
"Daqui a 15 dias está pronto o
inquérito", disse o governador ao
final da reunião.
No encontro, ao ser questionado sobre o prazo, Petrelluzzi disse
que poderia terminar o caso em
dez dias. Covas deu mais cinco,
segundo ele, para ter certeza que o
problema seria resolvido.
É a terceira vez em menos de
uma semana que o governador
intervém na secretaria. Sexta-feira passada, ele mandou afastar
quatro funcionários do IML (Instituto Médico Legal) de Registro,
investigados pelo sumiço de um
corpo, e depois determinou o
afastamento de dois policiais do
15 DP (Itaim Bibi), suspeitos de
aliviarem a prisão do assaltante
Alexandre Pires Ferreira, o mesmo que invadiu o prédio do jornalista Paulo Henrique Amorim,
da TV Cultura.
Petrelluzzi, ao final da reunião,
saiu da sala sem falar com a imprensa. A assessoria do secretário
informou que ele não se manifestaria porque o governador já havia falado sobre o caso.
"Se os acusados de hoje não forem afastados, poderão crescer
dentro da polícia e, no futuro, São
Paulo terá sua banda podre", disse o deputado federal Robson Tuma (PFL-SP).
Os deputados fizeram mais dois
pedidos para o governador, baseados nas investigações que fizeram até agora em São Paulo.
O primeiro, foi a centralização
da Corregedoria das polícias, que
hoje está subdividida em regiões
independentes.
Segundo o deputado Moroni
Torgan (PFL-CE), os corregedores ainda enfrentam insegurança
no cargo porque podem, a qualquer momento, voltar para o policiamento normal, junto dos investigados. "Isso gera uma inibição natural de qualquer ação."
A outra solicitação, para que seja criada uma comissão estadual
de combate ao crime organizado.
A Secretaria da Segurança prepara um projeto para unificar a
Corregedoria e o prazo para a
mudança, determinado também
pelo governador, é de 60 dias. Covas e o secretário ficaram de estudar garantias para os corregedores da polícia paulista.
Sobre a comissão, Petrelluzzi informou que a polícia já possui
parcerias contra o crime, como é
o caso da recém-lançada operação contra desmanches, que envolve a polícia civil e fiscais de
ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços).
Segundo o deputado Moroni
Torgan, São Paulo é um dos
maiores mercados consumidores
de droga "porque tem cobertura
institucional".
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